Internacional

Home office vira motivo de demissão de diplomatas na Hungria

26 ago 2020, 12:17 - atualizado em 26 ago 2020, 12:17
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Diplomatas húngaros que pedem para trabalhar de casa durante a pandemia do coronavírus serão demitidos (Imagem: Unsplash/@charlesdeluvio)

Diplomatas húngaros que pedem para trabalhar de casa durante a pandemia do coronavírus serão demitidos, avisou o chanceler Peter Szijjarto.

“Havia uma palavra mágica muito importante — home office — e uma petição para obter isso”, disse Szijjarto a seus embaixadores em Budapeste durante uma reunião na quarta-feira. “Eu não autorizei isso e nem farei isso no futuro.”

Servir a Hungria no exterior exige presença no trabalho, afirmou Szijjarto, comparando colegas que pediram para atuar de casa a trabalhadores sindicalizados.

“Esse não é um jogo que jogamos no Ministério das Relações Exteriores”, declarou Szijjarto em comentários transmitidos por sua página no Facebook. “Se alguém quiser jogar esse jogo, isso pode acontecer fora do ministério.”

Szijjarto, de 41 anos, é o principal diplomata da Hungria há seis anos e um dos subordinados mais próximos ao primeiro-ministro Viktor Orban. O próprio Szijjarto vem sendo pressionado a pedir demissão.

No começo do mês, ele foi fotografado pelo site de notícias investigativas atlatszo.hu curtindo férias em um iate de luxo no Mar Adriático. A embarcação pertence a um empresário que recebe substanciais contratos do governo. O aluguel do iate custa 180.000 euros (US$ 213.000) por semana, segundo o website de notícias G7.hu.

Partidos de oposição pediram a renúncia de Szijjarto argumentando que o custo da viagem era desproporcional ao seu patrimônio declarado, levantando suspeitas de corrupção.

Szijjarto na terça-feira se recusou a responder perguntas de repórteres sobre como havia financiado a viagem, repetindo apenas que era sua “vida pessoal” e que ele não infringiu nenhuma lei.

A corrupção entre a elite governante raramente é investigada na Hungria, onde a procuradoria-geral é comandada por um ex-parlamentar do partido que está no poder e é conhecido por sua lealdade a Orban.

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