Hong Kong mira mudanças em impostos e visto para atrair talentos

Hong Kong estuda reduzir impostos sobre imóveis e restrições para vistos, em meio aos esforços de autoridades para conter uma fuga de talentos durante a pandemia que ameaça o status da cidade como centro financeiro internacional.

O chefe do Executivo John Lee pode incluir as medidas em seu discurso inaugural no fim deste mês, de acordo com pessoas a par do assunto, que pediram para não serem identificadas.

Uma das medidas em consideração facilitaria a contratação de trabalhadores estrangeiros por empresas com sede em Hong Kong em 13 profissões prioritárias, incluindo gestão de ativos, fintech e serviços financeiros ambientais, sociais e de governança, disse uma das pessoas.

As empresas não precisariam mais passar por um longo processo para mostrar que fizeram um esforço para recrutar residentes para essas funções antes de contratar alguém da China continental ou do exterior, disse a pessoa.

O governo também pode relaxar as regras sobre um imposto de 15% que compradores de imóveis não residentes precisam pagar, com parte ou a totalidade da taxa provavelmente reembolsada após os profissionais permanecerem em Hong Kong por um certo número de anos, disseram algumas das fontes. Ainda não está claro qual é o período mínimo e se todos os compradores não residentes se qualificariam.

Um representante do governo de Hong Kong não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Hong Kong sofre o impacto de quase quatro anos de turbulência política e fechamento de fronteiras devido à Covid, que em grande parte isolaram a cidade do mundo.

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Isso levou a um êxodo de residentes, muitos de setores importantes, como serviços financeiros, mergulhou a economia em uma recessão prolongada e devastou os setores de viagens e varejo. Até mesmo o lendário mercado imobiliário começa a rachar, com os preços dos imóveis em queda e apartamentos não vendidos se acumulando.

Novo visto

Embora a cidade tenha relaxado algumas de suas restrições de viagem mais rigorosas, como no mês passado, quando eliminou a necessidade de quarentena obrigatória em hotéis na entrada de Hong Kong, permanece a dúvida se poderá recuperar sua glória passada devido ao ritmo lento de flexibilização e relutância em reabrir totalmente.

Um relatório de setembro indica que a antiga rival Singapura ultrapassou Hong Kong e se tornou o principal centro financeiro da Ásia.

A população de Singapura aumentou 3,4% em junho em relação ao ano anterior, enquanto a de Hong Kong encolheu 1,6%.

As ações de incorporadoras com forte dependência de Hong Kong subiram nesta quinta-feira. Os papéis da New World Development e da Sun Hung Kai Properties, que geram mais de 70% de sua receita na cidade, avançaram mais de 2% e foram os maiores destaques de alta no índice Hang Seng.

Em outras medidas para reverter a tendência e atrair trabalhadores de volta a Hong Kong, as autoridades estudam uma nova forma de visto para facilitar o trabalho de estrangeiros na cidade, disseram as pessoas, sem divulgar detalhes. Outras medidas em discussão incluem subsídios em dinheiro para alguns profissionais altamente qualificados e a criação de uma agência governamental específica para atrair e gerenciar trabalhadores e investimentos da China continental e do exterior, disseram as fontes.

Os detalhes ainda podem mudar e algumas das medidas talvez não sejam citadas no discurso de Lee na próxima semana, afirmaram.

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