Ibovespa Ibovespa cai e se afasta de recorde com Galípolo e mau humor externo; dólar sobe a R$ 5,35
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O Ibovespa (IBOV) iniciou a semana e o mês de dezembro com realização dos ganhos recentes, com o foco ainda concentrado na política monetária do Brasil e das principais economias do mundo.
Nesta segunda-feira (1º), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações com queda de 0,29%, aos 158.611,01 pontos. Na sessão anterior, o Ibovespa fechou em recorde nominal histórico aos 159.072,13 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3593, com alta de 0,46%.
No cenário doméstico, os investidores acompanharam novas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Em evento promovido pela XP em São Paulo, Galípolo manteve o recado firme: a taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano enquanto não houver sinais claros de melhora no cenário inflacionário.
Ele reforçou que não há mudanças em relação à sua declaração da última quinta-feira (27), quando afirmou que a política monetária vem surtindo efeito no cenário macroeconômico, mas de forma mais lenta do que o desejado.
Segundo o presidente do BC, não há fatores novos que possam alterar a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira. “A política monetária deve seguir restritiva pelo tempo que for necessário para controlar a inflação”, afirmou.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), os pesos-pesados operaram sem direção única e não conseguiram dar tração ao principal índice da bolsa brasileira.
Os bancos tiveram um tom misto, Vale (VALE3) subiu mais de 1%, estendendo os ganhos da sessão anterior, com apoio do minério de ferro. O contrato futuro mais negociado na bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações com alta de 1,14%, a 801 yuans (US$ 113,21) a tonelada.
Petrobras (PETR4) fechou em leve alta, na esteira do petróleo. Os contratos mais líquidos do Brent, para fevereiro, subiu 1,26%, a US$ 63,17 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Hoje, a presidente da petroleira, Magda Chambriard, anunciou a ampliação da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em parceria com o Porto de Suape. Segundo a executiva, a estatal já é responsável por 81% da movimentação do porto.
Além disso, a Petrobras informou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou um termo aditivo ao Acordo de Individualização da Produção (AIP) da Jazida Compartilhada de Tupi, na Bacia de Santos.
Outro anúncio foi o ajuste do querosene de aviação (QAV) de 3,8% para as distribuidoras. O aumento começa a valer a partir de hoje (1º) e corresponde a um acréscimo de R$ 0,13 por litro em relação ao preço do mês anterior.
A ponta negativa do Ibovespa, por sua vez, foi liderada por MBRF (MBRF3), com queda de cerca de 8%, em dia de rebalaceamento das carteiras dos investidores.
Eneva (ENEV3) encabeçou a ponta positiva do índice com alta de mais de 3%, apoiado pelo Santander reiterando a ação como a principal escolha (top pick) na América Latina e a inclusão do papel da companhia na carteira recomendada do BTG Pactual para dezembro.
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Exterior
Os mercados dos Estados Unidos operaram em compasso de espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), Jerome Powell, e encerraram a sessão em queda.
Os investidores buscam pistas para a trajetória dos juros norte-americanos, embora o período de silêncio do Fed tenha começado no último sábado.
O mercado seguiu otimista com a continuidade do afrouxamento monetário pelo Fed, com apostas majoritárias de um novo corte de 0,25 ponto percentual em dezembro. A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acontece entre os dias 9 e 10 de dezembro.
Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: -0,90%, aos 47.289,33 pontos;
- S&P 500: -0,53%, aos 6.812,63 pontos;
- Nasdaq: -0,38%, aos 23.275,92 pontos.
Na Europa, os índices encerraram em tom negativo, em ajuste. Em destaque, as ações da Airbus caíram mais de 5% com novas falhas na frota do A320 durante o fim de semana. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 0,20%, aos 575,27 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam sem direção única com novas declarações do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda. Em discurso para líderes empresariais na cidade de Nagoya, o dirigente afirmou que o BC japonês considerará “os prós e contras” de aumentar a taxa de juros na próxima decisão, em dezembro.
“Examinaremos e discutiremos os acontecimentos econômicos e de preços no país e no exterior, bem como os movimentos do mercado e consideraremos os prós e contras de aumentar a taxa de juros”, disse Ueda em discurso para líderes empresariais na cidade de Nagoya.
Em reação, o índice Nikkei, do Japão, caiu 1,89%, aos 49.303,28 pontos.
- LEIA MAIS EM: Bolsa em forte queda, juros e iene nas máximas: Por que a fala do presidente do Banco do Japão mexeu tanto com o mercado?
Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,67%, aos 26.033,26 pontos.
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