Ibovespa ‘embarca’ nos novos recordes em Wall Street e fecha em leve alta; dólar cai a R$ 5,54

Depois de uma “montanha-russa” durante o pregão, o Ibovespa (IBOV) engatou a segunda alta consecutiva com apoio de Wall Street.
Nesta quinta-feira (17), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com leve alta de 0,04%, aos 135.564,74 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5472, com queda de 0,26%.
No cenário doméstico, os investidores reagiram à retomada da vigência do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a continuidade das movimentações em Brasília para as negociações do ‘tarifaço’ de Trump.
Ontem (16), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, restabeleceu parcialmente a vigência de um decreto do governo federal que eleva as alíquotas do IOF para câmbio e previdência privada (VGBL). A única exceção foi a exclusão da cobrança sobre o chamado risco sacado — operação de crédito em que fornecedores antecipam o fluxo de caixa de suas vendas.
O presidente Luiz Ináco Lula da Silva fará um pronunciamento em cadeira nacional de rádio e televisão nesta quinta-feira (17) às 20h30 (horário de Brasília) sobre a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros imposta pelos EUA. O discurso terá aproximadamente 5 minutos e uma reprise está prevista para às 7h da sexta-feira (18) na Rede Nacional de Rádio.
Altas e quedas no Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por GPA (PCAR3) pela 2ª sessão consecutiva. Os papéis estenderam os ganhos ainda impulsionados pelo aumento da participação da família Diniz, fundadora do grupo, na empresa.
Os acionistas André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz passaram a deter 86.727.900 ações ordinárias, o equivalente a 17,7% do capital da companhia, na última terça-feira (15).
Os papéis da WEG (WEGE3) também se destacaram entre as maiores altas, com expectativas para os resultados do segundo trimestre (2T25). A fabricante brasileira divulga o balanço na próxima quarta-feira (23) antes da abertura do mercado.
Já a ponta negativa foi liderada por Hypera (HYPE3). O desempenho das ações da farmacêutica foi puxado com a possível extensão da patente da semaglutida, princípio ativo do Ozempic, pela Novo Nordisk. A empresa brasileira já havia anunciado a intenção de colocar um medicamento genérico do Ozempic no mercado assim que a patente da farmacêutica dinamarquesa “cair”.
Ainda as ações da Vibra Energia (VBBR3) figuraram entre as maiores quedas após a Bloomberg noticiar que a Petrobras (PETR3;PETR4) está considerando retornar ao varejo de venda de combustíveis.
Na avaliação da Ativa Investimentos, a possível reentrada da Petrobras no varejo de combustíveis é negativa do ponto de vista alocativo e estratégico.
Em reação, os papéis PETR3 e PETR4 também caíram com a adição da repercussão do embargo de fase exploratória da petroleira no Pré-sal pelo Ibama, por falta de um programa de ações contra mudanças climáticas.
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Os índices de Wall Street estenderam as altas da véspera em meio à temporada de balanços e divulgação de novos dados econômicos.
Entre os dados, as vendas no varejo aumentaram 0,6% em junho, após uma queda não revisada de 0,9% em maio, informou o Departamento de Comércio dos EUA. Os economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, subiriam 0,1%.
Os pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 12 de julho chegaram a 221.000, uma queda de 7.000 em relação à semana anterior. Os economistas previam uma alta para 235.000 pedidos no período, de acordo com as projeções da Reuters.
No final da tarde, a presidente da unidade do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly, afirmou que é “razoável” esperar dois cortes na taxa básica de juros antes do final deste ano, especialmente com o impacto das tarifas do presidente norte-americano Donald Trump, parecendo mais contido do que o esperado inicialmente. Os juros dos EUA estão na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,52%, aos 44.484,49 pontos;
- S&P 500: +0,54%, aos 6.297,36 pontos — no maior nível nominal histórico;
- Nasdaq: +0,74%, aos 20.884,27 pontos — no maior nível nominal histórico.
Na Ásia, os índices tiveram uma sessão sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,60%, e o Hang Seng, de Hong Kong, teve leve baixa de 0,08%.
Na Europa, os mercados fecharam em alta com negociações comerciais entre os EUA e a União Europeia, balanços corporativos e dados. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com avanço de 0,96%, aos 547.03 pontos.
Em destaque, o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou levemente para 2% em junho na base anual, ficando em linha com a meta do Banco Central Europeu (BCE).