Mercados

Ibovespa cai mais de 2% com bancos após ‘bloqueio’ da Lei Magnitsky; dólar sobe a R$ 5,50

19 ago 2025, 17:25 - atualizado em 19 ago 2025, 17:43
Queda bolsa
(Imagem: iStock/peshkov)

O Ibovespa (IBOV) perdeu quase 3 mil pontos durante a sessão com o temor de escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil.

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Nesta terça-feira (19), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 2,10%, aos 134.432,26 pontos. Durante o dia, o Ibovespa chegou a operar brevemente no nível dos 133 mil pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5009, com alta de 1,22%

No cenário doméstico, os investidores repercutiram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinar que leis e decisões estrangeiras não podem afetar cidadãos, empresas ou bens no Brasil em relação a atos realizados no país.

Embora não cite diretamente, a decisão também impede que sanções estrangeiras, como as aplicadas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes, também do STF, tenham efeitos no Brasil.

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Na avaliação de um banqueiro, que conversou com o Money Times, a decisão de Dino é ‘equivocada’. Para ele, a lei americana é muito clara: ela não está colocando que tem que ser cumprida fora da jurisdição dos Estados Unidos. “Simplesmente está dizendo que se é banco que quer operar nos Estados Unidos, está sujeito a essa regra”.

Para Gabriel Filassi, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital, a decisão do ministro foi uma estratégia para ganhar tempo, já que a implementação da Lei Magnitsky, que prevê a restrição dos serviços bancários, ocorre de forma gradual. “Entendo que eles terão que cumprir a exigência internacional na íntegra, apenas não está claro quando.”

Altas e quedas no Ibovespa

As ações dos bancos pesaram no desempenho o Ibovespa (IBOV) em reação à decisão do ministro do STF, Flávio Dino.  Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) figuraram como os papéis mais negociados na B3 nesta terça-feira (19).

Além dos bancos, Petrobras (PETR3; PETR4), que é outro peso-pesado do índice, recuou mais de 1% pressionado pelo desempenho do petróleo no mercado internacional.

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Contudo, a ponta negativa foi liderada por Raízen (RAIZ4). Os papéis da companhia recuaram mais de 10%, zerando os ganhos da véspera (18), após a Petrobras negar planos de fazer investimentos na empresa. A estatal afirmou que não há qualquer projeto ou estudo de investimento em etanol ou distribuição com a Raízen, em resposta à reportagem divulgada pelo jornal O Globo no fim de semana.

Além disso, o Citi rebaixou a recomendação de Raízen de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 2,00 para R$ 1,30 — o que ainda representa um potencial de valorização de 13% sobre o preço de fechamento de ontem (18).

Já a ponta positiva do Ibovespa foi liderada por  Minerva (BEEF3) com expectativas melhores para a companhia combinada com a valorização do dólar.

Na visão do Itaú BBA, as oportunidades estão “emergindo” nos números do terceiro trimestre (3T25).

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“No 3T25 até agora, os spreads de exportação aumentaram 820 pontos-base em relação ao trimestre anterior, apoiados por uma queda de 4,2% nos preços do gado e um aumento de 3,7% nos preços de exportação da carne bovina. A queda nos custos do gado reflete as crescentes preocupações com as operações dos frigoríficos e a incerteza em torno das tarifas dos EUA e seu potencial redirecionamento”, escreveram os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, em relatório.

Eles ainda afirmaram que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que as Filipinas autorizaram a importação de carne bovina, além da confiança de que o mercado para o Japão será aberto até o final do ano — o que deve impulsionar os números de exportação.

Da carteira téorica com 86 ativos, apenas cinco encerraram em tom positivo: Minerva (BEEF3),Suzano (SUZB3), Hypera (HYPE3), Marfrig (MRFG3) e Vale (VALE3).

Exterior 

Os índices de Wall Street sem direção única com as atenções concentradas nas negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

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A Casa Branca avalia Budapeste, capital da Hungria, como um possível local para a reunião trilateral entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o russo Vladimir Putin e o ucraniano Volodymyr Zelensky, informou o Politico citando uma autoridade do governo Trump.

Os investidores também ficaram à espera do Simpósio de Jackson Hole. O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell, discursará no evento na próxima sexta-feira (22) e a expectativa é de que o chefe do BC dê pistas sobre os próximos passos da condução da política monetária.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: +0,02%, aos 44.922,27 pontos;
  • S&P 500: -0,59%, aos 6.411,37 pontos; 
  • Nasdaq: -1,46%, aos 21.314,95 pontos.

Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em queda com a derrocada das ações do SoftBank após anúncio de um investimento de US$ 2 bilhões na Intel. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 0,38%. O Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,21%.

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Na Europa, os mercados terminaram o pregão de olho nas negociações para um cessar-fogo entre a Rússia e Ucrânia.  Ontem (18), líderes europeus e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniram com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,73%, aos 558,06 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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