Ibovespa ganha fôlego com Vale (VALE3) e fecha em novo recorde aos 159 mil pontos; índice subiu mais de 6% em novembro
Depois de uma breve realização da véspera, o Ibovespa (IBOV) recuperou o fôlego com os ‘pesos-pesados’ e novos dados do mercado de trabalho, além da consolidação das apostas de continuidade do ciclo de cortes nos juros nos Estados Unidos.
Nesta sexta-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira terminou as negociações com alta de 0,45%, aos 159.072,13 pontos, em novo maior recorde nominal histórico. A máxima anterior foi registrada na última quarta-feira (26), quando o Ibovespa encerrou a sessão aos 158.554,94 pontos.
Durante a sessão, o índice também atingiu o maior nível intradia da história, próximo aos 160 mil pontos.
Na semana, o Ibovespa avançou 2,78% e no mês, o ganho foi de 6,37% – a quarta alta mensal consecutiva e o melhor mês desde agosto de 2024.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,3348, com queda de 0,32%. Na semana, o dólar recuou 1,23% ante o real. Em novembro, a divisa norte-americana acumulou queda de 0,85% contra a moeda brasileira.
No cenário doméstico, os investidores acompanharam novos dados do mercado de trabalho.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,4% nos três meses até outubro – o menor nível da série histórica iniciada em 2012. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 5,5% no período.
Na avaliação do Goldman Sachs, o crescimento do emprego está “moderando na margem”, mas o pano de fundo do mercado de trabalho permanece apertado, dado o declínio constante da taxa de participação e da força de trabalho ativa desde maio de 2025.
Para as economistas do Itaú BBA, Natalia Cotarelli e Marina Garrido, os dados de hoje apontam “sinais incipientes de perda de fôlego no mercado de trabalho”, com o emprego formal recuando pelo terceiro mês consecutivo.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as companhias listadas no Ibovespa (IBOV), Petrobras (PETR4) foi o grande destaque do pregão. As ações da estatal caíram 2% e figuraram entre as mais negociadas do mercado brasileiro em reação ao Plano de Negócios 2026-2030.
A estatal estima gerar entre US$ 190 bilhões e US$ 220 bilhões em caixa nos próximos cinco anos — e uma parte vai para os acionistas.
O plano mantém a previsibilidade para os investidores, mas deixa de prever dividendos extraordinários, que antes poderiam somar até US$ 10 bilhões. A faixa projetada para dividendos ordinários é menor que no plano anterior, que chegava a US$ 55 bilhões, refletindo maior cautela diante de um cenário de preços do petróleo mais desafiador.
Em teleconferência, a presidente da petroleira, Magda Chambriard, afirmou que o plano de investir US$ 109 bilhões nos próximos cinco anos representa cerca de 5% do investimento previsto para ser realizado no país.
A queda de Petrobras foi ‘compensada’ no Ibovespa pela forte valorização dos bancos – com destaque para os papéis de BTG Pactual (BPAC11) — que subiram mais de 2% após a XP elevar a recomendação para compra e o preço-alvo para R$ 63 no final de 2026; e para Itaú (ITUB4), que avançou também mais de 2% com o anúncio de proventos bilionários.
Ainda entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) recuperou as perdas da véspera (27) com os investidores de olho no pagamento de dividendos extraordinários, na contramão do desempenho do minério de ferro na China. Ontem, a mineradora anunciou R$ 15,3 bilhões em proventos, com base no último balanço trimestral. As ações serão negociadas “ex-dividendos” a partir de 12 de dezembro.
A ponta positiva do Ibovespa, por sua vez, foi liderada por Natura (NATU3) com alta de quase 4%.
Já a ponta negativa foi encabeçada por Assaí (ASAI3) com queda de mais de 6%, em reação à compra de uma participação na rede de atacarejos pelos irmãos Muffato e ao rebaixamento da recomendação das ações pelo Citi.
Hapvida (HAPV3) também operou entre as maiores quedas da sessão pela terceira vezconsecutiva, com baixa de 6% – em meio ao pessimismo dos investidores com a companhia e uma série de revisões negativas de bancos e corretoras sobre a ação da operadora de saúde.
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Exterior
Os mercados dos Estados Unidos operaram com liquidez reduzida em meio ao feriado prolongado e em pregão mais curto. O mercado seguiu otimista com a continuidade do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), com apostas majoritárias de um novo corte de 0,25 ponto percentual em dezembro.
Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: +0,61%, aos 47.716,42 pontos;
- S&P 500: +0,54%, aos 6.849,09 pontos;
- Nasdaq: +0,65%, aos 23.365,68 pontos.
Na semana, o Dow Jones teve ganho de 3,2%. O saldo mensal também foi positivo: o índice acumulou leve alta de 0,31% em novembro – completando o sétimo mês seguido de ganhos, sendo a maior sequência mensal positiva desde 2018.
Já o índice S&P 500 subiu 3,72% na semana e 0,12% no mês.
O índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas de tecnologia do mundo, registrou valorização de 4,9% na semana, mas acumulou queda de 1,51% em novembro.
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Na Europa, os índices encerraram em tom positivo de olho na continuidade do afrouxamento monetário nos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,14%, aos 575,00 pontos. O índice também registrou o quinto ganho mensal consecutivo.
Na Ásia, os índices fecharam sem direção única com dados de inflação no Japão. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,17%, aos 50.253,91 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 0,34%, aos 25.858,89 pontos.