Mercados

Ibovespa perde força aos 138 mil pontos com discussões do IOF no radar; dólar sobe a R$ 5,69

28 maio 2025, 17:17 - atualizado em 28 maio 2025, 17:26
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Depois de subir mais de 1% na véspera, o Ibovespa devolveu parte dos ganhos com temor de derrota do governo sobre IOF (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) operou de lado na esteira das bolsas de Wall Street em dia movimentado por dados econômicos no Brasil, continuidade das discussões sobre o IOF e ata da mais recente reunião do Banco Central dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 138.887,81 pontos, com queda de 0,47%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6952, com alta de 0,88% ante o real. 

No cenário doméstico, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) concentraram as atenções. Em abril, o Brasil criou 257.528 vagas formais de trabalho, acima da expectativa de economistas de 175 mil empregos formais.

O mercado também continuou a acompanhar os desdobramentos das negociações sobre as mudanças do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em Brasília. O Congresso Nacional já articula projetos para derrubar o aumento do imposto sobre crédito para empresas, previdência privada e câmbio.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se reuniu com os presidentes dos principais bancos privados e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Após o encontro, o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, disse que o governo está aberto ao diálogo e aceita discutir alternativas ao aumento das alíquotas do IOF. 

O Ministério da Fazenda também informou hoje (28) que o governo federal vai resgatar R$ 1,4 bilhão de fundos garantidores que possuem recursos da União para compensar a perda de arrecadação gerada com o recuo de parte das medidas do IOF na semana passada.

Altas e quedas no Ibovespa 

A Azul (AZUL4) dominou o noticiário corporativo nesta quarta-feira (28). Pela manhã, a companhia aérea entrou com o pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos. Em reação, os ADRs da empresa chegaram a derreter mais de 40% no pré-mercado. 

A empresa, por sua vez, defende que seu caso é “diferente de qualquer outra reestruturação de companhias aéreas da região”, ou seja, da América Latina. O motivo, segundo a Azul, é a entrada no processo com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros.

Conforme o comunicado divulgado hoje (28), a aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).

No final da tarde, a B3 informou que excluirá as ações da Azul, negociadas sob o ticker AZUL4, de todos os índices da bolsa brasileira — incluindo o Ibovespa — a partir da próxima sexta-feira (30), nos termos do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices. Apesar da saída nos índices, as ações AZUL4 seguem negociadas na B3.

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Usiminas (USIM5) com a decisão do governo brasileiro de renovar as tarifas de 25% sobre 23 produtos siderúrgicos. 

Já a ponta negativa foi liderada por Brava Energia (BRAV3), que ganhou força com o petróleo. Os investidores também reagem ao pedido do acionista Yellowstone de exclusão de artigos que tratam da obrigatoriedade de realização de oferta pública de aquisição de ações (OPA) em caso de aquisição de participação relevante, presentes no estatuto da companhia.

Entre os pesos-pesados, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) destoaram do desempenho do petróleo e fechou em leve queda. Já Vale (VALE3) teve mais um dia de baixa, acompanhando a queda do minério de ferro na China pela quarta sessão consecutiva.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street devolveram parte dos ganhos da véspera, com expectativa para os resultados da Nvidia e reação à ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed).

Na ata, o BC norte-americano afirmou que Estados Unidos (EUA) podem enfrentar “trade-offs difíceis” nos próximos meses caso a inflação suba e as perspectivas de crescimento e de emprego enfraqueçam.

O Fed disse que “quase todos os membros comentaram sobre o risco de a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado”, conforme a economia do país se adapta às tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. “Espera-se que as tarifas aumentem significativamente a inflação este ano e proporcionem um impulso menor em 2026”, dizem os participantes do Fomc. Na última reunião, o Comitê manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Confira como fecharam os índices de Nova York:

  • Dow Jones: -0,58%, aos 42.098,70 pontos;
  • S&P 500: -0,56%, aos 5.88,55 pontos; 
  • Nasdaq: -0,51%, aos 19.100,94 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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