Ibovespa perde força aos 138 mil pontos com discussões do IOF no radar; dólar sobe a R$ 5,69

O Ibovespa (IBOV) operou de lado na esteira das bolsas de Wall Street em dia movimentado por dados econômicos no Brasil, continuidade das discussões sobre o IOF e ata da mais recente reunião do Banco Central dos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 138.887,81 pontos, com queda de 0,47%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6952, com alta de 0,88% ante o real.
No cenário doméstico, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) concentraram as atenções. Em abril, o Brasil criou 257.528 vagas formais de trabalho, acima da expectativa de economistas de 175 mil empregos formais.
O mercado também continuou a acompanhar os desdobramentos das negociações sobre as mudanças do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em Brasília. O Congresso Nacional já articula projetos para derrubar o aumento do imposto sobre crédito para empresas, previdência privada e câmbio.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se reuniu com os presidentes dos principais bancos privados e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Após o encontro, o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, disse que o governo está aberto ao diálogo e aceita discutir alternativas ao aumento das alíquotas do IOF.
O Ministério da Fazenda também informou hoje (28) que o governo federal vai resgatar R$ 1,4 bilhão de fundos garantidores que possuem recursos da União para compensar a perda de arrecadação gerada com o recuo de parte das medidas do IOF na semana passada.
Altas e quedas no Ibovespa
A Azul (AZUL4) dominou o noticiário corporativo nesta quarta-feira (28). Pela manhã, a companhia aérea entrou com o pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos. Em reação, os ADRs da empresa chegaram a derreter mais de 40% no pré-mercado.
A empresa, por sua vez, defende que seu caso é “diferente de qualquer outra reestruturação de companhias aéreas da região”, ou seja, da América Latina. O motivo, segundo a Azul, é a entrada no processo com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros.
Conforme o comunicado divulgado hoje (28), a aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).
No final da tarde, a B3 informou que excluirá as ações da Azul, negociadas sob o ticker AZUL4, de todos os índices da bolsa brasileira — incluindo o Ibovespa — a partir da próxima sexta-feira (30), nos termos do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices. Apesar da saída nos índices, as ações AZUL4 seguem negociadas na B3.
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Usiminas (USIM5) com a decisão do governo brasileiro de renovar as tarifas de 25% sobre 23 produtos siderúrgicos.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street devolveram parte dos ganhos da véspera, com expectativa para os resultados da Nvidia e reação à ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed).
Na ata, o BC norte-americano afirmou que Estados Unidos (EUA) podem enfrentar “trade-offs difíceis” nos próximos meses caso a inflação suba e as perspectivas de crescimento e de emprego enfraqueçam.
O Fed disse que “quase todos os membros comentaram sobre o risco de a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado”, conforme a economia do país se adapta às tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump. “Espera-se que as tarifas aumentem significativamente a inflação este ano e proporcionem um impulso menor em 2026”, dizem os participantes do Fomc. Na última reunião, o Comitê manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Confira como fecharam os índices de Nova York:
- Dow Jones: -0,58%, aos 42.098,70 pontos;
- S&P 500: -0,56%, aos 5.88,55 pontos;
- Nasdaq: -0,51%, aos 19.100,94 pontos.