Ibovespa sobe mais de 1% com Caged ‘fraco’ e recordes de NY; dólar fecha na menor cotação desde setembro

O Ibovespa (IBOV), que iniciou a sessão em leve baixa, recuperou o fôlego na última sessão de junho com apoio de dados de emprego no Brasil e renovação de recordes das bolsas de Wall Street.
Nesta segunda-feira (30), o principal índice da bolsa brasileira subiu 1,45%, aos 138.854,60 pontos. No mês, o Ibovespa avançou 1,33% e no semestre, a alta acumulada foi de 15,44%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4341, com queda de 0,89% — no menor nível desde setembro de 2024.
No cenário doméstico, o mercado reagiu a uma bateria de dados econômicos. Entre eles, o país abriu 148.992 vagas formais de trabalho em maio, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O resultado do mês passado ficou abaixo da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 179 mil vagas.
A desaceleração em relação a abril foi considerada positiva pelo mercado como uma sinalização de leve redução da atividade econômica — o que reduziria, em tese, a inflação.
“Daqui para frente [teremos] alguma arrefecimento da geração de empregos e, portanto, alguma moderação do mercado de trabalho”, afirmou o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa.
Além disso, a dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou maio em 76,1%, contra 76,0% no mês anterior — e ficou abaixo do esperado.
As discussões sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continuam a movimentar os corredores do Palácio do Planalto com a possível judicialização da decisão do Congresso em derrubar o decreto presidencial.
Altas e quedas no Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por MRV (MRVE3). A ação da construtora foi beneficiada pela revisão positiva da companhia pelo Citi. O banco elevou o preço-alvo dos papéis para R$ 6,70 e manteve a recomendação neutra/alto risco.
Já a ponta negativa do índice foi liderada por Petz (PETZ3).
As ações da Vale (VALE3), um dos pesos-pesados do Ibovespa, fechou em queda, na contramão do minério de ferro, em realização após as recentes altas consecutivas. Já Petrobras (PETR3;PETR4) subiu mais de 0,50% em recuperação das últimas perdas.
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No mês, MRV (MRVE3) foi a ação com melhor desempenho no Ibovespa com alta de quase 20%. Usiminas (USIM5) encerrou junho na liderança das quedas do índice.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street renovaram os recordes de fechamento pelo segundo dia consecutivo com retomadas das negociações tarifárias com o Canadá e a perspectiva de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed).
Confira como fecharam os índices de Nova York:
- Dow Jones: +0,63%, aos 44.04,77 pontos;
- S&P 500: +0,52%, aos 6.204,95 — maior nível histórico;
- Nasdaq: +0,48%, aos 20.369,73 pontos — maior nível histórico.
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Na Ásia, os índices fecharam sem direção única com dados mais fracos de atividade econômica da China. O índice Nikkei, do Japão, teve alta de 0,84%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,87%.
A atividade industrial da China encolheu pelo terceiro mês consecutivo em junho. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) subiu de 49,5 em maio para 49,7 neste mês, em linha com a mediana das previsões em uma pesquisa da Reuters, mas permanecendo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Os dados foram divulgados pelo do Escritório Nacional de Estatísticas do país.
Na Europa, os índices terminaram a sessão em queda. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,42%, aos 541,37 pontos.