Mercados

Ibovespa recua com impactos do ‘tarifaço’ de Trump e acumula baixa de mais de 4% no mês; dólar sobe a R$ 5,60

31 jul 2025, 17:28 - atualizado em 31 jul 2025, 17:37
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O Ibovespa recuou com os investidores ajustando posições após a decisão do Copom, recuo das tarifas de Trump e fraqueza das commodities (Imagem: iStock/hernan4429)

Ibovespa (IBOV) devolveu os fortes ganhos da véspera com os investidores ajustando posições após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a Selic em 15% ao ano, a flexibilização das tarifas de importação impostas aos produtos brasileiros nos Estados Unidos e em dia de fraqueza das commodities.

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Nesta quinta-feira (31), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com baixa de 0,68%, aos 133.071,05 pontos. No mês, o Ibovespa acumulou recuo de 4,16%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6008, com alta de 0,21%. Em julho, o dólar acumulou valorização de 3,07% sobre o real. 

No cenário doméstico, os investidores operaram na expectativas de mais flexibilizações nas tarifas de Trump, dessa vez, para reduzir ou zerar a taxa sobre o café.

Ontem (30), a Casa Branca divulgou uma lista com quase 700 produtos brasileiros que não tiveram aumento na tarifa cobrada para entrar nos EUA. Para as mercadorias fora da lista de exceções — como café e carne bovina —, a tarifa de adicional de 40% entra em vigor na próxima quarta-feira (6). Ao todo, o Brasil será tarifado em 50%.

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Hoje (31), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse que os gastos públicos com o plano de contingência para mitigar efeitos da tarifa poderão ser excluídos da contabilidade da meta fiscal, mas o governo busca o menor custo possível.

Em entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, Alckmin ainda disse que o plano terá impacto financeiro, creditício e tributário, ressaltando que as medidas estão praticamente prontas.

Os dados macroeconômicos ficaram em segundo plano. Entre eles, a taxa de desemprego no Brasilrecuou mais do que o esperado e foi a 5,8% no segundo trimestre de 2025 (2T25), marcando o resultado mais baixo na série histórica iniciada em 2012.

Altas e quedas no Ibovespa

As blue chips pesaram sobre o Ibovespa, puxando o tom negativo do índice. As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e da Vale (VALE3) recuaram mais de 1% na esteira das commodities.

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Os papéis do Bradesco (BBDC4) também recuaram em realização dos ganhos recentes em reação ao balanço do segundo trimestre. O banco reportou um lucro líquido de R$ 6,1 bilhões entre abril e junho, alta expressiva de 29%. A rentabilidade também subiu, assim como as margens.

A ponta negativa do Ibovespa, porém, foi liderada por Marfrig (MRFG3). As importações de carnes bovina não entraram na lista de isenções do ‘tarifaço’ de 50% aos Estados Unidos. BRF (BRFS3) e Minerva Foods (BEEF3) também figuraram entre as maiores quedas do pregão.

Já as ações da Usiminas (USIM5) figuraram como a maior alta após a  CSN (CSNA3) reduzir participação na companhia, em cumprimento de decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os papéis ainda foram beneficiados por rumores de que a Globe Investimentos, empresa de investimentos financeiros da família Batista, aumentou a participação na mineradora.

Embraer (EMBR3) estendeu os ganhos da véspera e subiram mais de 5% com a isenção das tarifas sobre os produtos brasileiros à importação nos EUA para aeronaves e peças. Na véspera (30), as ações da fabricante fecharam com alta de 11%.

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Exterior 

Os índices de Wall Street fecharam sem direção única ainda em reação à decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), repercussão dos balanços e negociações comerciais entre Estados Unidos e países parceiros.

Ontem (30), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% pela quinta vez consecutiva, apesar das pressões de Trump para uma redução. A decisão, porém, não foi unânime: os membros do Fomc, Michelle Bowman e Christopher Waller voltaram a favor de um corte de 0,25 ponto percentual.

No cenário corporativo, as “titãs” entre as Sete Magníficas, a Meta e a Microsoft reportaram lucros acima do esperado para o segundo trimestre.

A gigante do software Microsoft afirmou que a receita anual de seu serviço de computação em nuvem Azure ultrapassou US$ 75 bilhões. A Meta divulgou um guidance, considerado pelo mercado como otimista,  para o terceiro trimestre, superando as estimativas do mercado.

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Entre os dados, o indicador inflacionário preferido do Fed, o PCE,  subiu 0,3% em junho. No acumulado do ano, a inflação ficou em 2,6%, acima da meta de 2%. Os números vieram em linha com o esperado.

Além disso, o presidente Donald Trump confirmou um acordo de pausa de 90 dias nas tarifas sobre os produtos mexicanos. Já o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também afirmou que um acordo com a China “está próximo, mas não está 100% concluído”

Confira o fechamento dos índices: 

  • Dow Jones: -0,38%, aos 44.661,28 pontos;
  • S&P 500: -0,12%, aos 6.362,90 pontos; 
  • Nasdaq: +0,15%, aos 21.129,67 pontos.

Em julho, os índices de Wall Street acumularam ganhos: S&P 500 teve alta de mais de 2%, Dow Jones subiu 0,4% e Nasdaq valorizou cerca de 3%.

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Na Ásia, os índices encerraram a sessão sem direção única na expectativa de um acordo entre EUA e China e após o Banco Central do Japão (Bo, na sigla em inglês) manter a taxa de juros em 0,5% ao ano. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, subiu 1,02%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 1,60%.

Na Europa, os mercados terminaram o pregão em queda com reação a balanços corporativos. O Stoxx 600 fechou com recuo de 0,75%, aos 546,11 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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