Mercados

Ibovespa começa abril com tombo de 3% em meio a preocupações sobre Covid-19

01 abr 2020, 12:42 - atualizado em 01 abr 2020, 12:50
Ibovespa
Em março, o Ibovespa acumulou queda de 29,90%, maior declínio percentual mensal desde agosto de 1998 (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nos primeiros negócios desta quarta-feira, com abril começando sem trégua na aversão a risco decorrente de persistentes preocupações e dúvidas sobre os efeitos da pandemia de um novo coronavírus nas economias em todo o mundo.

Por volta de 12:42, o Ibovespa (IBOV) caía 3,06%, a 70.778,82 pontos. O volume financeiro somava 6,2 bilhões de reais.

“Ao que tudo indica, passado o fluxo de rebalanceamento das carteiras no final do mês e do trimestre, voltamos a uma dinâmica negativa”, afirmou o estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, em comentários a clientes.

Ele avalia que houve avanços significativos em alguns pilares de sustentação para os mercados, como nível de preço, atuação dos BCs e pacotes fiscais, mas que ainda é necessária uma melhor visibilidade sobre quando países ocidentais irão ‘achatar’ a curva de contágio.

“Enquanto não tivermos uma visibilidade destes pontos, não teremos certeza do tamanho da quarentena e dos impactos econômicos de toda esta situação.”

Em março, o Ibovespa acumulou queda de 29,90%, maior declínio percentual mensal desde agosto de 1998, ano marcado pela crise financeira russa, o que fez o Ibovespa acumular queda de 36,86% no ano, pior resultado de trimestre calendário desde pelo menos 1994.

Destaques

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) recuavam 14,07% e 12,05%, entre as maiores quedas do Ibovespa, sem sinais de alívio no ritmo de contágio do Covid-19 e de perspectivas de cancelamento das restrições à circulação de pessoas. A valorização do dólar em relação ao real era mais uma pressão negativa para o setor.

CVC Brasil (CVCB3) perdia 11,71%, com o setor de turismo entre os mais afetados pela pandemia. A alta do dólar ante o real também pesa, assim como divulgação recente sobre evidências de erros contábeis. A operadora de turismo adiou a divulgação de suas demonstrações de resultados referentes a 2019 sem marcar nova data.

Via Varejo (VVAR3) caía 8,71%, tendo de pano de fundo comunicado da XP Gestão de que reduziu participação na companhia. A carteira recomendada da XP Investimentos para abril também excluiu os papéis. No setor, Magazine Luiza (MGLU3) perdia 1,41% e B2W (BTOW3) subia 0,06%.

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) recuavam 5,03% e 4,72%, respectivamente, contaminados pela aversão a risco, além de preocupações sobre os efeitos no setor bancário em razão dos reflexos da epidemia de Covid-19 na economia brasileira. Banco do Brasil (BBAS3) caía 4,77%.

Petrobras (PETR4) mostrava volatilidade, com variação negativa de 0,5%, em sessão marcada pelo declínio dos preços do petróleo no exterior em razão de preocupações com a demanda e após valorização relevante na véspera. Petrobras (PETR3) cedia 1,13%.

Vale (VALE3) subia 0,93%, entre poucas ações com sinal positivo. A mineradora disse que poderá haver impacto no volume de produção de finos de minério de ferro em 2020 se falhar em elevar a capacidade de produção em sua mina de Brucutu ou se não obtiver até o final do segundo trimestre uma reavaliação do nível de emergência da barragem Norte/Laranjeiras.

(Atualizada às 12h42 – Horário de Brasília)

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