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Ibovespa descola de Wall Street e sobe 2% e passa a ter alta em 2022

12 jan 2022, 18:15 - atualizado em 12 jan 2022, 19:08
Mercados, Ibovespa, B3
O volume financeiro foi de 41,8 bilhões de reais (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O principal índice da bolsa brasileira subiu nesta quarta-feira e superou por muito o desempenho de Wall Street, embalado por papéis de empresas ligadas a commodities e do setor de varejo e de shoppings.

A divulgação de dado de inflação nos EUA apenas timidamente acima do esperado pelo mercado fez com que os principais índices de ações nos Estados Unidos fechassem levemente no azul.

O Ibovespa (IBOV) subiu 1,84%, a 105.685,66 pontos, maior fechamento desde 17 de dezembro, passando ao território positivo neste ano +0,82%.

O volume financeiro foi de 41,8 bilhões de reais, em sessão foi de vencimento de opções sobre o índice.

“Eu diria que hoje é uma continuação de terça-feira”, disse Naio Ino, responsável pela mesa de trading de ações da Western Asset.

O índice subiu 1,8% na véspera com a política monetária norte-americana no radar e suporte de Vale e Petrobras.

A sessão também foi positiva para outros ativos domésticos, como o câmbio e os juros futuros.

Nos EUA, os três principais índices de ações fecharam em alta inferior a 0,3%, após dado de inflação praticamente em linha com o previsto reduzir temores de um Federal Reserve (Fed) ainda mais agressivo no aperto da política monetária.

Os preços ao consumidor nos EUA subiram 0,5% em dezembro, informou o Departamento do Trabalho, contra expectativa de avanço de 0,4%, segundo economistas consultados pela Reuters.

Em 12 meses, o índice subiu 7%, maior avanço para um intervalo de mesma magnitude desde junho de 1982.

Ações em todo o mundo foram impactadas negativamente no começo do mês por sinalizações do Fed de uma potencial alta na taxa de juros antes do esperado para conter a inflação no país, o que afetaria a liquidez dos mercados globais.

Após duas altas firmes do Ibovespa, Ino, da Western, diz que “a volatilidade deve continuar, são correções técnicas, mas não está claro que esse movimento de alta deve continuar”.

Destaques

Multiplan (MULT3) subiu 6,5%, após divulgar que as vendas em seus shoppings no quarto trimestre superaram pela primeira vez o nível de 2019, antes da pandemia.

Iguatemi (IGTA3) disparou 8,3% e BR Malls (BRML3) avançou 5,9%.

Uma pesquisa do Bank of America apontou que 92% dos consumidores retornaram aos shoopings.

Lojas Renner (LREN3) e Grupo Soma (SOMA3) subiram 6% e 5,1%, respectivamente, em dia positivo para o setor de varejo, diante de salto nos papéis de shoppings, alívio na curva de juros e movimento de rotação de ações.

Magazine Luiza (MGLU3) evoluiu 7,5%, Americanas (AMER3) subiu 5,1% e Via (VIIA3) ON, que anunciou a compra da empresa de logística CNT, avançou 1,73%.

Petrobras (PETR4) subiu 3,05% e a ação (PETR3) avançou 3,3%, com preços de petróleo alcançando o pico em dois meses, após dado de estoque nos EUA.

Vale (VALE3) subiu 1,1% e Csn (CSNA3) avançou 5,7%, assim como demais siderúrgicas, após futuros de minério de ferro de Dalian fecharem em alta de 1,3%. Carvão metalúrgico e coque também subiram.

Santander Brasil (SANB11) caiu 2,6%, Bradesco (BBDC4) recuou 0,74%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 0,43%.

Analistas citaram a rotação de posições de setores mais defensivos para ativos de maior risco como justificativa para queda dos papéis de bancos, que subiram recentemente.

Inter (BIDI11) caiu 3%. A empresa informou que o fundo Ponta Sul, alvo de notícias de que estaria se desfazendo parcialmente de sua participação na companhia, vendeu units e detém agora 7,4% de seu capital social.

Locaweb (LSAW3) caiu 3,44%, somando 12 quedas nos últimos 14 pregões.

Suzano (SUZB3) subiu 3,5%, após anunciar um terceiro aumento consecutivo no preço da celulos para a Ásia, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

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