Economia

Inflação galopante nos EUA prepara terreno para elevação de juros já em março

12 jan 2022, 12:22 - atualizado em 12 jan 2022, 12:22
Jerome Powell
Federal Reserve está mais pressionado a conter inflação nos EUA (Imagem: Facebook/Federal Reserve)

A inflação dos Estados Unidos em 2021 chegou a 7%, maior taxa anual desde junho de 1982, conforme divulgou  o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (12).

De acordo com economistas, os dados reforçam a abertura de terreno para os juros. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, vê a si mesmo mais pressionado para tomar medidas enérgicas a fim de conter a inflação galopante.

“Os números vieram ligeiramente em linha com o esperado pelo mercado e já preparam terreno para que o Fed indique elevação dos juros já em março. Os dirigentes entendem que a inflação é mais persistente do que transitória”, afirma Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos.

O especialista reforça que 2022 será um ano desafiador à política monetária dos EUA, em razão dos impasses relacionados à reabertura econômica. A pressão dos combustíveis deve acompanhar os americanos ao longo do ano.

O Ibovespa avançava após a divulgação dos dados de inflação nos EUA. Por volta das 12h20, o índice engatava uma alta consistente de 1,54%, a 105.376,95 pontos.

Fim do tapering

Os números de inflação confirmam a fala do Fed de retirar estímulos à economia até março, pontua Daniel Miraglia, economista chefe da Integral Group.

“Prevemos três altas de juros de 0,25% ao longo de 2022, a começar já em março, marcando o fim do tapering. O que mais preocupa o mercado daqui em diante são os possíveis choques de oferta”, afirma.

Na visão da Nexgen Capital, a inflação nos EUA ainda está em aceleração, com base na última comunicação do Fed sobre a estabilidade de preços, quando foi alterada a avaliação de inflação transitória.

A pressão sobre os preços nos EUA vem principalmente em decorrência da forte recuperação do mercado de trabalho do país, pontua José Cassiolato, sócio da Nexgen.

“Só no relatório de emprego da semana passada, houve crescimento real e nominal dos salários entre os diferentes setores como, por exemplo, de bares (22%), hotéis (20%) e revendedores de carros (14%)”, comenta.

Ambiente é bom para o ouro

Ouro
Elevação das expectativas de inflação é positivo para ouro (Imagem: Unsplash/ Zlaťáky.cz)

A inflação cavalgou em 2021 nos EUA. O cenário deve se normalizar a partir do segundo trimestre de 2022, alerta Matheus Spiess, analista da Empiricus. Há risco até de que o controle inflacionário fique só para a segunda metade do ano.

Por outro lado, o ambiente de inflação é bom para o ouro.

“No espectro entre -3 a +3, estou +1 com ouro, em especial se dentro de um blend com prata e mineradoras”, afirma.

Quanto ao risco de aperto monetário mais severo, o especialista lembra que ficou marginalmente mais leve na véspera, por conta da sabatina menos hawkish (contracionista) do que o esperado de Jerome Powell.

*Colaborou Diana Cheng e Iasmin Rao Paiva

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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