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Ibovespa em 2021: de alta de 34% a tombo de 28%, veja 6 cenários para a Bolsa

11 dez 2020, 17:28 - atualizado em 11 dez 2020, 18:10
Jair Bolsonaro Paulo Guedes
Olho neles: para o BTG Pactual, gestão da dívida pública por Guedes e Bolsonaro definirá o rumo da Bolsa no ano que vem (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

A evolução da dívida pública é a grande variável que determinará a direção e a intensidade com que o Ibovespa se movimentará no ano que vem. Por isso, economistas, gestores de investimentos e analistas de mercado quebram a cabeça, neste momento, traçando os cenários mais prováveis e seus impactos sobre o principal índice da Bolsa.

O BTG Pactual (BPAC11) deu sua contribuição ao debate nesta sexta-feira (11), em relatório enviado aos clientes. Nele, os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi traçaram seis cenários relacionando as contas públicas, taxas de juros de longo prazo e o Ibovespa.

Para cada cenário, foi atribuída uma probabilidade. O balanço geral, segundo a dupla, tende mais para uma conjuntura otimista, em que o déficit fiscal seja manejado de modo razoável pelo governo e pelo Congresso.

“Ao anteciparmos seis possível cenários, três positivos e três negativos, as chances combinadas de um cenário relativamente positivo parecem maiores que as de um desfecho negativo”, afirmam os analistas.

No melhor dos mundos, o Ibovespa terminaria 2021 acima dos 150 mil pontos, o que significa um potencial de alta de 34%. Se, contudo, o pior cenário traçado prevalecer, o índice tombaria 28% e ficaria pouco acima dos 80 mil pontos.

Veja os seis cenários traçados pelo BTG Pactual para o Ibovespa em 2021. Para simplificar as projeções, o banco adotou, para todos os cenários, crescimento de 4,5% do PIB, ROE de 15%, prêmio de risco de 3%, IPCA de 2,5%.

Cenário 1

Probabilidade de ocorrência: 10%
Principais elementos: criação de um programa assistencial financiado com recursos remanejados de outras áreas do governo, ou da racionalização da máquina pública.
Taxa de juros de longo prazo (NTN-B 2035): 2,5% ao ano
Ibovespa em dezembro de 2021: 151.728 pontos
Potencial de alta: 34,3%

Shopping center Center 3, na Avenida Paulista, fechado pela quarentena do coronavírus
Contágio: impacto econômico da pandemia aumenta a pressão por mais gastos sociais (Imagem: Money Times/Márcio Juliboni)

Cenário 2

Probabilidade de ocorrência: 35%
Principais elementos: expansão do Bolsa Família, com as contas públicas administradas por meio de cortes automáticos, via gatilhos de gastos, em conjunto com uma versão mais suave da PEC emergencial. Para o BTG, este não é o melhor dos mundos, mas o saldo seria positivo.
Taxa de juros de longo prazo (NTN-B 2035): 2,8% ao ano
Ibovespa em dezembro de 2021: 139.686 pontos
Potencial de alta: 23,6%

Cenário 3

Probabilidade de ocorrência: 20%
Principais elementos: simplesmente, nada é feito. Nenhum programa social é criado ou ampliado. Tampouco, medidas para conter a dívida pública são tomadas. Para o BTG Pactual, este é um cenário possível no curto prazo, e o saldo seria marginalmente positivo. O longo prazo, contudo, o banco observa que a situação se tornaria insustentável.
Taxa de juros de longo prazo (NTN-B 2035): 3% ao ano
Ibovespa em dezembro de 2021: 133.166 pontos
Potencial de alta: 17,8%

Cenário 4

Probabilidade de ocorrência: 20%
Principais elementos: criação de um novo programa social, financiado com aumento de impostos. Para o BTG Pactual, embora isso signifique furar o teto de gastos, não representaria uma piora no déficit fiscal. No curto prazo, as chances de ocorrência são pequenas, mas podem crescer, ao longo de 2021.
Taxa de juros de longo prazo (NTN-B 2035): 4,2% ao ano
Ibovespa em dezembro de 2021: 102.197 pontos
Potencial de queda: -9,6%

Cenário 5

Probabilidade de ocorrência: 10%
Principais elementos: o pacote de auxílio-emergencial é prorrogado até 2021, a fim de mitigar o impacto econômico de uma nova onda de contágios do coronavírus. Mesmo que o teto de gastos seja respeitado, a dívida pública crescerá. O BTG lembra que as chances de o Brasil optar por esse caminho cresceram nos últimos meses, pois é “politicamente tentador”. A oposição de lideranças políticas, nos últimos dias, pode ter refreado o ímpeto do governo de ir por aí.
Taxa de juros de longo prazo (NTN-B 2035): 4,8% ao ano
Ibovespa em dezembro de 2021: 90.920 pontos
Potencial de queda: -19,5%

Cenário 6

Probabilidade de ocorrência: 5%
Principais elementos: um novo programa social é criado, furando claramente o teto de gastos. O BTG afirma que este seria o pior cenário, mas, por ora, as chances de ocorrer são pequenas.
Taxa de juros de longo prazo (NTN-B 2035): 5,5% ao ano
Ibovespa em dezembro de 2021: 81.129 pontos
Potencial de queda: -28,2%

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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