Mercados

Ibovespa fecha com pior desempenho desde março em meio a receio com inflação nos EUA

12 maio 2021, 17:10 - atualizado em 12 maio 2021, 17:48
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O volume financeiro nesta quarta-feira somou 45,68 bilhões de reais (Imagem: B3/Divulgação)

O Ibovespa (IBOV) fechou em forte queda nesta quarta-feira, com preocupações sobre o comportamento da inflação norte-americana e seus reflexos nos próximos passos do Federal Reserve.

Uma bateria de resultados também ocupou as atenções, com o final do dia reservando mais uma agenda carregada, incluindo os números de Suzano (SUZB3), Natura&Co (NATU3), Via Varejo (VVAR3) e MRV (MRVE3).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,65%, a 119.710,03 pontos, maior queda percentual diária desde 8 de março, quando perdeu quase 4% após o ministro do STF Edson Fachin anular todas as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato.

O volume financeiro nesta quarta-feira somou 45,68 bilhões de reais, com o pregão também marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.

A queda vem após o Ibovespa encostar nos 123 mil pontos na véspera, renovando máxima de fechamento desde janeiro, mês no qual atingiu marcas históricas – de 125.323,53 pontos para o intradia e de 125.076,63 pontos no fechamento, ambas no dia 8.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 2,14% e o Nasdaq Composite perdeu 2,67%, após uma alta acima do esperado nos preços ao consumidor norte-americano alimentar receios de retirada de estímulos monetários antes do que o previsto.

O índice de preços ao consumidor nos EUA subiu 0,8% em abril depois de avançar 0,6% em março, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,2%.

Na visão do presidente da plataforma de análises independentes Ohmresearch, Roberto Attuch, o grande teste dos mercados é a inflação norte-americana e o debate que deve ocorrer é se reflete fatores temporários ou mais permanentes.

Ele destacou, contudo, que para se ter um veredicto final sobre a inflação é essencial esperar os números de junho e julho, quando deve ocorrer uma normalização do efeito calendário e várias cadeias de produção estarão restabelecidas.

Além disso, acrescentou, o Fed, banco central norte-americano, já deixou bem claro que a inflação vai ser mais alta que o esperado durante um tempo.

Destaques

Banco Inter (BIDI11) caiu 7,76%, mesmo após lucro de 20,8 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de 8,4 milhões de reais um ano antes. Após bater máximas históricas no começo do mês, as units do banco digital acumulam queda de quase 16% em maio.

Marfrig (MRFG3) recuou 7,72%, apesar de divulgar na véspera seu melhor primeiro trimestre da história com impulso da operação nos EUA.

O Ebitda ajustado somou 1,7 bilhão de reais, alta de quase 39,7% ano a ano, enquanto a receita líquida cresceu 27,7%.

BR Distribuidora (BRDT3) avançou 5,06%, entre as poucas altas do pregão, após resultado do primeiro trimestre, quando a distribuidora de combustíveis mais do que dobrou o lucro, e acordo de renegociação de dívida com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).

Petrobras (PETR4) caiu 1,47%, sucumbindo à deterioração generalizada no pregão, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior.

Agentes financeiros também estão na expectativa do resultado trimestral da petrolífera, aguardado para a quinta-feira, após o fechamento do mercado.

Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 1,47%, com ações de bancos como um todo fechando em baixa dada a piora no apetite a rico.

Bradesco (BBDC4) perdeu 2,03%.

Vale (VALE3) encerrou com queda de 3,7%, apesar de nova alta dos preços do minério de ferro na China, com o mau humor generalizado abrindo espaço para realização de lucros no papel, que até a véspera acumulava alta de quase 9% apenas em maio, quando renovou cotações recordes.

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