Mercados

Ibovespa fecha em alta e termina perto de 101 mil pontos

06 nov 2020, 18:21 - atualizado em 06 nov 2020, 19:01
Ibovespa
E a bolsa norte-americana indo bem, afeta também a bolsa brasileira como todas as bolsas do mundo (Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

O Ibovespa (IBOV) fechou a primeira semana de novembro com forte alta e perto dos 101 mil pontos, tendo nos holofotes as eleições nos Estados Unidos e o noticiário corporativo doméstico.

O cenário com o democrata Joe Biden vitorioso na disputa presidencial e o Senado norte-americano mantendo a maioria republicana, que vem se consolidando com a apuração dos votos, endossou fortes ganhos em Wall Street, o que embalou o pregão brasileiro, após um fim melancólico em outubro.

Agentes financeiros entendem que tal combinação reduz a chance de mudanças expressivas de políticas econômicas nos EUA, principalmente em relação à tributação de grandes empresas norte-americanas, e notadamente o setor de tecnologia.

Para Florian Bartunek, sócio-fundador da Constellation Asset, que tem 15 bilhões de reais sob gestão, os mercados no exterior reduziram risco antes das eleições, cautelosos com a chance de uma vitória democrata na Casa Branca e no Senado, o que não se confirmou.

“Isso é bom porque a governança fica equilibrada….Com esse ‘problema’ saindo da frente, investidores voltam a focar nas companhias e menos na eleição”, afirmou. “E a bolsa norte-americana indo bem, afeta também a bolsa brasileira como todas as bolsas do mundo.”

Em Nova York, o S&P 500 (SPX) acumulou uma alta de mais de 7% na semana, com Biden ampliando a vantagem em relação a Trump em Estados cruciais como a Geórgia e a Pensilvânia. Há expectativa de que ele faça um pronunciamento à nação ainda nesta sexta-feira.

Em meio à acirrada disputa nos EUA, mais empresas brasileiras reportaram balanços trimestrais nos últimos dias, incluindo Itaú Unibanco (ITUB4), que ainda anunciou planos envolvendo sua participação na XP (XP), o que fez suas ações dispararem mais de 7% na quarta-feira.

Ultrapar (UGPA3) e Ecorodovias (ECOR3) garantiram a ponta positiva do Ibovespa na semana em que divulgaram resultados e perspectivas.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou com variação positiva de 0,17%%, a 100.925,11 pontos, e alta de 7,42% na semana/mês. No ano, o declínio ainda alcança 12,73%.

O índice Small Caps subiu 1,59%, a 2.460,79 pontos, e apurou elevação de 9,34% na semana/mês. No acumulado de 2020, o sinal segue negativo, com queda de 13,38%.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somava 17,3 bilhões de reais.

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Destaques do Ibovespa do Acumulado da Semana:

Ultrapar (UGPA3) subiu 21,73%, após resultado acima das previsões de analistas no terceiro trimestre, com o grupo multissetorial se beneficiando da gradual retomada da economia.

O BTG Pactual (BPAC11) destacou que o balanço reforçou a tese de que um portfólio bem equilibrado e de que o caráter ‘spread business’ da Ipiranga devem continuar se beneficiando da recuperação. “Pela primeira vez em muito tempo, vemos espaço para melhorias nos lucros”, afirmaram, reforçando recomendação de ‘compra’.

Ecorodovias (ECOR3) acumula elevação de 18,52%, em semana na qual o resultado do terceiro trimestre mostrou que o tráfego nas estradas sob sua gestão se recuperou gradualmente.

Para o Bradesco BBI, a companhia deve estar bem posicionada para obter concessões de novos projetos em 2021, bem como a resolução dos reequilíbrios econômicos para as concessões paulistas poderia desbloquear cerca de 7,8 reais por ação. “Mantemos nosso rating de outperform”, afirmaram.

Cyrela (CYRE3) valoriza-se 15,36% antes do balanço na próxima semana, quando agentes financeiros esperam a repetição da forte prévia operacional e querem ver os efeitos de IPOs de empresas na qual a construtora e incorporadora tem participação (Plano & Plano e Cury).

Analistas do Credit Suisse afirmaram esperar que esse bom ‘momentum’ operacional seja seguido por bons resultados. O setor imobiliário tem a melhor performance entre os índices setoriais na bolsa no mês.

Suzano (SUZb3) cai 0,3%, única variação negativa do Ibovespa nessa semana, em meio ao declínio do dólar ante o real e embolso de lucros, após alta de quase 10% em outubro.

No setor de papel e celulose, Klabin (KLBN11) registra acréscimo de apenas 0,08%.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado da semana:

– Índice financeiro: +7,55%

– Índice de consumo: +9,27%

– Índice de Energia Elétrica: +8,92%

– Índice de materiais básicos: +2,82%

– Índice do setor industrial: +6,56%

– Índice imobiliário: +11,96%

– Índice de utilidade pública: +9,9%

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