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Ibovespa fecha em queda de 1,36% com efeitos do Covid-19 cada vez mais aparentes

15 abr 2020, 17:16 - atualizado em 15 abr 2020, 18:23
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A queda vem após duas altas seguidas, que ajudaram o Ibovespa a acumular alta de 9,45% em abril até a terça-feira (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira, com Petrobras (PETR3;PETR4) e bancos entre as maiores pressões de baixa, acompanhando o viés negativo em Wall Street após novos dados dos Estados Unidos reforçarem preocupações sobre os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,36%, a 78.831,46 pontos. Na máxima, chegou a reverter marginalmente as perdas e tocar 80.034,78 pontos. No pior momento, chegou a 77.545,67 pontos.

O volume financeiro foi recorde e somou 97,5 bilhões de reais, com o pregão marcado pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. O recorde anterior era de 18 de dezembro, de 79,6 bilhões de reais.

A queda vem após duas altas seguidas, que ajudaram o Ibovespa a acumular alta de 9,45% em abril até a véspera.

A pauta norte-americana corroborou a realização de lucros, com forte queda nos lucros de bancos em razão de provisões para inadimplência e dados de varejo e produção piores do que o esperando, em mais sinais dos efeitos nocivos do coronavírus na maior economia do mundo.

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Notícias sobre planos de reabertura de economias também ocuparam as atenções, mesmo com o número de casos superando 2 milhões de pessoas no mundo (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

Para a equipe da Elite Investimentos, a elevada volatilidade segue nos mercados, com a piora na sessão ancorada em dados dos EUA. “As estimativas do impacto do Covid-19 na economia vêm se concretizando”, destacou em nota a clientes.

Notícias sobre planos de reabertura de economias também ocuparam as atenções, mesmo com o número de casos superando 2 milhões de pessoas no mundo.

O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) disse acreditar que 19 ou 20 Estados do país sofreram impacto limitado do novo coronavírus e seus governadores creem estar prontos para retomar atividades em 1º de maio.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou um recorde de casos de infecção pelo novo coronavírus em 24 horas, com 3.058 pessoas, maior aumento diário desde o início da pandemia, chegando a 28.320 confirmações no total. O país também registrou mais 204 mortes provocadas pela doença, igualando o recorde da véspera e somando 1.736 óbitos.

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Gol valorizou-se 7,16%, tendo no radar as discussões entre BNDES e bancos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Destaques

–  Petrobras (PETR3PETR4) caíram 2,09% e 3,26%, respectivamente, entre as maiores quedas, na esteira do tombo dos preços do Brent no exterior.

Vale (VALE3) perdeu 3,01%, com o setor de mineração e siderurgia no vermelho. Analistas do BTG Pactual veem a demanda no setor siderúrgico retornando aos níveis de 2005 em razão dos reflexos da pandemia e cortou preços-alvo no setor. Gerdau (GGBR4) cedeu 2,16%, CSN (CNSA3) recuou 2,02% e Usiminas (USIM5) caiu 1,47%.

Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 3,7% e Bradesco (BBDC4) perdeu 2,89%. O BNDES está discutindo com bancos detalhes sobre resgates a setores duramente atingidos pela crise: companhias aéreas, montadoras, empresas de energia e grandes varejistas não essenciais. E um juiz federal proibiu, em decisão de primeira instância, que bancos aumentem as taxas de juros ou as exigências para a concessão de crédito no período da pandemia.

BR Malls (BRML3) caiu 4,12%, com o setor de shopping centers entre as maiores baixas. Multiplan (MULT3) recuou 2,86% e Iguatemi (IGTA3) perdeu 2,16%. O Valor Econômico publicou que o volume de processos de grandes grupos de shopping centers cresceu contra lojistas pequenos e médios por causa de inadimplência contratual – com pedidos de despejo ou multas.

Gol (GOLL4) valorizou-se 7,16%, tendo no radar as discussões entre BNDES e bancos sobre resgates para setores duramente atingidos pela crise. Smiles (SMLS3), controlada pela Gol, avançou 5,67%. Azul (AZUL4) subiu 0,92%.

Natura (NTCO3) avançou 6,78%, no segundo pregão seguido de alta, ampliando o ganho em abril para cerca de 20%, após terminar o primeiro trimestre com queda superior a 30%.

Via Varejo (VVAR3VVAR4) teve avanço de 3,78%. Além da discussão de BNDES com bancos para ajudar o setor, a varejista de eletroeletrônicos está pedindo suspensão de aluguéis de mais de mil lojas físicas fechadas devido a medidas de quarentena, como forma de lidar com a queda de 50% de sua receita, duas fontes a par do assunto afirmaram à Reuters. No setor, B2W (BTOW3) ganhou 5,55% e Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,21%

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