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Ibovespa fecha em queda de 2% com realização de lucros liderada por Cogna

31 jul 2020, 17:30 - atualizado em 31 jul 2020, 18:06
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O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira em queda de 2%, a 102.912,24 pontos (Imagem: B3/Linkedin)

Apesar das perdas nesta sexta-feira, o Ibovespa (IBOV) acumulou mais um mês positivo, que teve como destaque novamente a participação de pessoas físicas na bolsa, além de nova safra de ofertas de ações, em meio a noticiário misto sobre a pandemia do Covid-19 e a recuperação das economias.

Agentes financeiros, contudo, já se questionam sobre a capacidade de mais ganhos expressivos do Ibovespa à frente sem novos catalisadores, embora o cenário de juros extremamente baixos no país continue sendo um relevante patrocinador da migração de recursos para as ações.

Com a Selic a 2,25% ao ano e chance de recuar ainda mais na próxima semana, a participação das pessoas físicas na Bovespa alcançava 27% no último dia 29 de julho, ante 24,2% no final de junho, ocupando espaço de institucionais e estrangeiros, que tiveram suas fatias reduzidas a 23,8% e 44,4%, respectivamente.

Ao longo de julho, a Lojas Americanas (LAME4) levantou sozinha 7 bilhões de reais em oferta subsequente. Também venderam ações JHSF (JHSF3), Dimed (PNVL3)e Irani (RANI3). Nesta sexta-feira, o Grupo Soma estreou na bolsa com alta de dois dígitos após IPO.

Do lado da pandemia, o crescimento de casos nos Estados Unidos e Europa, principalmente, preocupa, mas sem sinais de nova rodada agressiva de lockdowns esse receio acaba sendo contrabalançado pelo avanço no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus ao redor do mundo.

O começo da temporada de balanços no Brasil também corroborou o pensamento daqueles que acreditam em potenciais surpresas positivas diante de expectativas já tão pessimistas para os resultados da companhias brasileiras no momento mais agudo da crise desencadeada pelo coronavírus.

Do grupo que faz parte do Ibovespa, Weg (WEGE3) abriu o calendário, com números fortes, assegurando a liderança entre os papéis do índice com melhor desempenho no acumulado do ano e do mês. Na sequência, porém, demonstrações de empresas como Petrobras (PETR4), Bradesco (BBDC4), Vale (VALE3), Cielo (CIEL3) refletiram mais os efeitos da crise.

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Weg abriu o calendário com números fortes (Imagem: LinkedIn/Weg)

No exterior, os resultados de empresas na Europa e Estados Unidos também têm mostrado sinais mesclados e revisões nas perspectivas do ano, enquanto dados recentes sobre a economia norte-americana têm preocupado sobre o risco de uma desaceleração no ritmo de retomada da maior economia do mundo.

A União Europeia fechou acordo para mais estímulos e o Federal Reserve, por sua vez, reiterou que continuará fazendo o que estiver ao seu alcance. Nos EUA, as atenções estão voltadas para negociações no Congresso para mais estímulos, com parte das medidas de combate à crise expirando nesta semana.

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira em queda de 2%, a 102.912,24 pontos, mas contabilizando um acréscimo de 0,52% na semana e de 8,27% no mês, enquanto, no ano, ainda tem declínio de 11,01%. O volume financeiro na bolsa nesta sexta-feira somou 34,69 bilhões de reais.

Para o analista gráfico da Clear Corretor Fernando Góes, o Ibovespa ficará um pouco “lateralizado”, com chance de chegar aos 107 mil, mas oscilando entre este patamar e os 102 mil pontos, com rotação de posições entre setores.

O índice Small Caps recuou 1,87%, a 2.466,02 pontos, na sessão, porém mostrou elevação de 1,18% na semana e de 9,5% no mês. No ano, ainda está mostrando perda, de 13,20%.

Destaques

Em sessão carregada de notícias corporativas locais, Cogna (CONG3) desabou 12,47%, com estreia comportada das ações da subsidiária Vasta na norte-americana Nasdaq, mesmo após precificar IPO acima da faixa indicativa. A ação contabilizou em julho elevação de 25,26%.

Na outra ponta, Ecorodovias (ECOR3) subiu 6,92% após seus controladores indiretos Primav e Igli assinarem acordo que contempla uma capitalização da empresa prioritariamente por meio de uma oferta de ações de até 1,8 bilhão de reais.

Cielo (CIEL3) fechou em alta de 10,95%, em sessão de recuperação, revertendo as perdas da semana, que até a véspera alcançavam mais de 8%.

Petrobras (PETR4) também terminou no terreno negativo, em baixa de 2,72%, após reportar na noite da véspera prejuízo líquido de 2,7 bilhões de reais no segundo trimestre, revertendo resultado positivo de um ano antes.

Gol (GOLL4) recuou 3,45%, após prejuízo bilionário no segundo trimestre e sinalização de que seu consumo diário de caixa pode aumentar até quatro vezes nos próximos três meses em comparação ao segundo trimestre.

Soma (SOMA3), por sua vez, disparou 11,41% em sua estreia na bolsa paulista, após precificar IPO na última quarta-feira, a 9,90 reais, em operação que movimentou 1,8 bilhão de reais.

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