Mercados

Ibovespa fecha no azul com bancos e Petrobras, mas incerteza fiscal atenua recuperação

05 out 2021, 17:10 - atualizado em 05 out 2021, 17:58
Petrobras
O volume financeiro somou 29,4 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou marginalmente no azul nesta terça-feira, tendo bancos e Petrobras (PETR4) entre os principais suportes, além da recuperação em Wall Street, enquanto preocupações com o cenário fiscal do país ainda minam o apetite de agentes financeiros.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,06%, a 110.457,64 pontos, após, no melhor momento do dia, ultrapassar 111 mil pontos.

O volume financeiro somou 29,4 bilhões de reais. Na véspera, o Ibovespa fechou em queda de mais de 2%.

Em Nova York, os pregões experimentaram uma sessão de recuperação, puxada por ações de empresas de tecnologia, como Apple (AAPL) e Microsoft (MSFT), enquanto agentes aguardam dados do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira.

O S&P 500 avançou 1%, com números sobre a atividade econômica dos EUA também no radar.

Para o economista sênior do Banco ABC Brasil Daniel Xavier, o ambiente de incerteza fiscal ainda presente no Brasil está entre os fatores que inibiram uma alta mais expressiva do Ibovespa nesta sessão.

“Não se sabe ainda claramente como o novo programa de renda do governo federal será financiado a partir do ano que vem”, exemplificou, acrescentando que declarações como as do relator da reforma do Imposto de Renda no Senado acentuam as incertezas.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) afirmou nesta terça-feira que fará seu parecer no seu tempo e não segundo o que o Ministério da Economia quer. A reforma do IR é uma das apostas para o governo ter espaço fiscal para o programa.

O sócio da Monte Bravo Investimentos Rodrigo Franchini também destacou a questão dos precatórios, além de preocupações com o crescimento econômico, inflação e incertezas no campo político como fatores desfavoráveis na cena brasileira.

Para ele, um bom movimento na bolsa paulista no curto prazo é muito mais pelo preço dos seus ativos do que pela perspectiva econômica de médio e longo prazos.

Após começar outubro com alta, o Ibovespa já mostra performance negativa no mês, vindo de declínios acumulados de 6,6% em setembro, 2,5% em agosto e 3,9% em julho. No ano, contabiliza uma queda de 7,2%.

Destaques

Banco do Brasil (BBAS3) fechou em alta de 4,76%, tendo de pano de fundo relatório do Safra, no qual os analistas afirmam ver múltiplos bastante atrativos para as ações, avaliando que o banco está mostrando boa recuperação em seus números para 2021 e observando sinais de que tal tendência deve continuar em 2022.

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) valorizaram-se 2,42% e 1,69%, endossando o fechamento positivo, enquanto, no setor, Banco Pan (BPAN4) foi o destaque negativo entre os bancos do Ibovespa, com declínio de 6,4%, enquanto investidores ainda avaliam o anúncio de acordo para a incorporação da Mosaico.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) avançaram 2,19% e 1,67%, respectivamente, acompanhando a alta do petróleo no exterior, onde Brent fechou com acréscimo de 1,6%, a 82,56 dólares o barril.

A companhia também está realizando perfurações nos blocos Aram e Três Marias, ambos no pré-sal da Bacia de Santos.

Gpa (PCAR3) subiu 6,80% e o rival Carrefour Brasil (CRFB3) avançou 2,50%. Analistas da Genial Investimentos veem o valor do setor como muito atrativo, negociando a múltiplos abaixo de seus níveis históricos e que não refletem todas suas perspectivas futuras, “onde os players estarão estruturalmente melhores aos níveis pré-pandêmicos”.

Vale (VALE3) cedeu 0,72%, em sessão relativamente frágil para o setor de mineração e siderurgia, embora CSN (CSNA3) tenha encerrado com elevação de 0,32%.

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