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Ibovespa (IBOV) abaixo dos 100 mil pontos: O que fez índice perder 3% na semana?

24 mar 2023, 17:18 - atualizado em 24 mar 2023, 17:18
Ibovespa-Ações-Mercados
Ibovespa acumula mais uma semana de baixa com o exterior e o cenário local voláteis (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) buscou a recuperação nesta sexta-feira (24), após o baque do último fechamento. Ainda assim, o índice, que subiu 0,92% no pregão, terminou a semana abaixo do patamar emblemático de 100 mil pontos.

Com os 98.829,27 pontos desta sexta, o Ibovespa registrou uma queda acumulada de 3,09% nesta semana.

O Ibovespa atingiu o menor patamar desde julho de 2022 ontem, com o mercado reagindo mal ao comunicado “hawkish” (mais agressivo) do Banco Central, que sinalizou que pode retomar o ciclo de aperto monetário caso a inflação saia do controle.

No comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom) citou a incerteza sobre o arcabouço fiscal e “seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública”.

Hoje, o Ibovespa presenciou um movimento de correção. A agenda econômica não trouxe grandes dados – nem mesmo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) parece ter mexido com o mercado, uma vez que veio muito próximo do que era a expectativa do mercado, diz Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital.

O indicador desacelerou e ficou em 0,69% em março, após alta de 0,76% em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Lá vamos nós de novo?

O caso do Credit Suisse nem sossegou e outro banco europeu está dando o que falar. O Deutsche Bank é a ‘bola da vez’ na crise.

O aumento dos juros na zona do euro, enfatizado pela última decisão do Banco Central Europeu (BCE), aliada ao estresse que atinge os bancos europeus desde o colapso do Credit Suisse, deu condições para a “explosão” do prêmio sobre os CDS (Credit Default Swaps, na sigla em inglês) do banco.

Avanços no prêmio desses títulos são lidos pelo mercado como um aumento na probabilidade de insolvência da instituição.

O medo dos investidores é de que, após o colapso de SVB Financial Group e Signature Bank e da crise que afetou o Credit Suisse a ponto de a instituição ser comprada pelo UBS Group, ainda haja risco de contágio no setor bancário, apesar das garantias das autoridades.

Cabo de guerra no Congresso

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, não chegaram a um acordo sobre o andamento das medidas provisórias.

Pacheco assinou nesta quinta um ato que determina a reinstalação de comissões mistas para analisar as medidas, reduzindo o poder que Lira conquistou em 2020 com a pandemia. Lira chamou a decisão do senador de “truculenta”.

Para tentar baixar a tensão no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha marcado uma reunião com a coordenação de governo, mas foi diagnosticado com pneumonia e cancelou a agenda desta sexta para descansar.

Amanhã, Lula viaja à China e passará a semana fora do país. A expectativa é de que, após a visita ao país asiático, Lula torne pública a nova proposta da regra fiscal.

Altas e baixas

Nesta sexta, as ações da BRF (BRFS3) saltaram 11,35% com a notícia de suspensão do embargo de carne bovina à China que perdurava há um mês.

No caso da alta de 10,38% da Yduqs (YDUQ3), o motivo está na mudança de recomendação pelo JPMorgan para “compra”.

Aliansce Sonae (ALSO3) também disparou, após reportar resultados do quarto trimestre de 2022.

Os balanços que não agradaram foram de Cogna (COGN3) e Locaweb (LWSA3). Os papéis derreteram 8,87% e 8,02%, respectivamente.

Petrobras (PETR4) teve leve queda de 0,04%. Já a Vale (VALE3) perdeu 1,14%, apesar do movimento de recuperação nos preços do minério de ferro.

Mesmo com o risco de contágio no sistema financeiro, os bancos brasileiros tiveram um dia de alívio.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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