Mercados

Ibovespa (IBOV) encerra em leve queda, sob pressão de bancos e Petrobras (PETR4)

21 jun 2022, 17:07 - atualizado em 21 jun 2022, 18:47
carteira recomendada, CM Capital
Ibovespa fica abaixo dos 100 mil pontos pela terceira sessão consecutiva (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) encerrou esta terça-feira (21) em leve queda, ainda abaixo dos 100 mil pontos.

Em sessão volátil, o principal índice da B3 (B3SA3) teve desvalorização de 0,17%, a 99.684,50 pontos. Nem mesmo a recuperação das bolsas nos EUA levantou o ânimo no mercado acionário local.

O volume financeiro na bolsa somou R$ 22,7 bilhões.

WEG (WEGE3) esteve presente nos destaques de alta do dia, com o mercado ainda digerindo a mudança de recomendação do BTG para a ação, de “neutro” para “compra”.

Por outro lado, boa parte dos principais bancos brasileiros terminou a sessão no negativo, com Banco do Brasil (BBAS3) caindo mais de 4%.

Petrobras (PETR3;PETR4) voltou a ser foco de discussões nesta terça, com a base aliada do presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciando a finalização do requerimento para pedir a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da empresa.

Mais da esfera política, o programa de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também influenciou o mercado. As diretrizes defendem a revogação do teto de gastos e a não privatização de estatais.

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Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

Ata do Copom

Saiu nesta terça a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) referente à última reunião, realizada na semana passada.

No documento, o Banco Central (BC) sinalizou que o cenário mais apropriado seria manter a Selic, taxa básica de juros, em nível elevado por mais tempo.

Isso aproximaria a inflação da meta fiscal em 2023, defendeu o BC.

O documento sugere que a nova decisão do BC é compatível com a convergência da inflação “para o redor da meta” ao longo do horizonte relevante, e não mais “para as metas”.

A meta de inflação para este ano, abandonada pelo BC, é de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Para 2023 e 2024, as metas são de, respectivamente, 3,25% e 3%, também com a mesma margem.

As autoridades monetárias reforçaram que pretendem fazer um novo ajuste, de igual ou menor magnitude que a última revisão, de alta de 0,5 ponto percentual, na próxima reunião, em agosto.

O BC projeta que uma inflação de 8,8% em 2022, ante projeção de 7,3% na última reunião. A projeção para 2023 subiu de 3% para 4%, acima do centro da meta. Em 2024, estima-se uma inflação de 2,7%.

Petrobras

Os papéis da estatal caíram nesta terça, cotados a 1,23% (ordinárias) e 2,39% (preferenciais).

A Petrobras virou um dos principais assuntos do mercado desde que anunciou, na sexta (17), um novo reajuste dos preços dos combustíveis.

De lá para cá, o nome da companhia figurou entre as pautas mais quentes dentro da política, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pedindo a renúncia imediata de José Mauro Coelho do cargo de presidente da Petrobras poucas horas mais tarde.

O anúncio da demissão veio logo depois. José Mauro Coelho pediu demissão três dias após o novo reajuste da Petrobras, sob pressão do governo Bolsonaro, que o indicou para a posição após Adriano Pires desistir de assumir o comando da empresa.

Na sexta, Lira chegou a falar sobre a possibilidade de dobrar a taxação dos lucros da Petrobras, uma vez que uma maior tributação poderia ser revertida em recursos à população. Isso pressionaria os dividendos da companhia e, por consequência, as ações.

Nesta terça, o PL, partido de Bolsonaro, finalizou o requerimento para pedir a abertura da CPI da Petrobras na Câmara.

A CPI serviria para apurar a conduta do conselho e dos diretores da estatal, além de investigar supostas irregularidades na definição da política de preços dos combustíveis.

O autor do requerimento é o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ).

Após reunir as assinaturas necessárias, o pedido de instalação da CPI precisa ser autorizado pelo presidente da Câmara.

Se instalado o colegiado, a CPI será composta por 25 membros titulares e igual número de suplentes. O prazo inicial para a investigação é de 120 dias, com possibilidade de prorrogação.

Destaque da Bolsa hoje

PETROBRAS PN (PETR4) caiu 1,99%, com as atenções voltadas para o debate em Brasília sobre o que será feito em relação aos preços dos combustíveis, e os potenciais reflexos na companhia. O Bradesco BBI afirmou que o ruído nunca foi tão alto para a Petrobras. “Infelizmente, devemos esperar e ver quais medidas concretas serão tomadas, se ocorrerem.”

BANCO DO BRASIL ON (BBAS3) recuou 4,10%, na esteira de preocupações políticas. No setor, BRADESCO PN (BBDC4) fechou com decréscimo de 0,87% e ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) cedeu 1,06%, após altas expressivas na véspera. O BTG Pactual afirmou em relatório que espera resultados decentes para Itaú e Bradesco no segundo trimestre.

VALE ON (VALE3) subiu 0,66%, conforme o preço do minério de ferro se recuperou em Cingapura, embora tenha permanecido sob pressão em Dalian, na China.

WEG ON (WEGE3) valorizou-se 4,98%, no segundo pregão entre as maiores altas do Ibovespa. Em relatório nesta semana o BTG Pactual recomendou compra dos papéis avaliando que, após uma queda relevante desde o começo do ano, o nível de preço da ação oferece ponto de entrada.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) perdeu 2,71%, voltando para a ponta negativa do Ibovespa após o repique na véspera, quando fechou em alta de 8,4%. No setor, VIA ON (VIIA3) cedeu 1,33%, mas AMERICANAS ON (AMER3) subiu 0,38%. Em Nova York, MERCADO LIVRE avançou 3,38%.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.