Mercados

Ibovespa cai com Vale (VALE3) e primeiro dia negativo em NY desde a vitória de Trump; dólar sobe a R$ 5,77

12 nov 2024, 18:15 - atualizado em 12 nov 2024, 18:24
Banco Central, Agenda, Economia, Mercados, Brasil, EUA, PCE, PIB, Temporada de Balanços, Payroll
O Ibovespa cai pressionado por Vale (VALE3) e tom negativo das bolsas de Nova York; investidores locais repercutiram a ata do Copom (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) cedeu à pressão de Vale (VALE3) e tom negativo de Wall Street, em meio a reação à ata do Copom e expectativa pelo anúncio de cortes nos gastos públicos.

Nesta terça-feira (12) o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,14%, aos 127.698,32 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7714 (+0,03%). 

Os investidores também repercutiram a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na semana passada, o colegiado elevou a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a Selic, a 11,25% ao ano. 

Segundo o documento, a decisão reflete o compromisso de convergência da inflação à meta, “essencial para a construção contínua de credibilidade”.

“O Comitê avaliou que o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”, diz a ata.

Para o Itaú, a sinalização de ritmo de altas de 50 pontos-base “é apropriada”, considerando as condições econômicas atuais e as incertezas prospectivas. “Portanto, o comitê parece inclinado a manter o ritmo atual de aperto, por enquanto”, dizem o economista-chefe Mario Mesquita e equipe.

No entanto, o Itaú também não descarta as chances de que as condições econômicas e expectativas de inflação exijam uma aceleração do ritmo em breve, a depender do rumo do fiscal.

Altas e quedas na bolsa 

Entre os ativos negociados na bolsa, os papéis da Oi (OIBR3) caíram mais de 60% durante o pregão. Na véspera, a companhia de telecomunicações, em recuperação judicial, convocou uma assembleia geral de acionistas para eleição dos novos membros do conselho de administração.

Já na ponta negativa do Ibovespa, São Martinho (SMTO3) figurou entre as maiores quedas em reação ao balanço do segundo trimestre da safra 2024/2025 (2T25). A companhia reportou uma queda de 55,2% no lucro líquido, que ficou em R$ 187,5 milhões.

Na avaliação do BTG Pactual, os resultados ficaram acima das expectativas, mas a atualização para o guidance foi pior do que o esperado, principalmente para o mix no ano-safra 24/25.

Cogna (COGN3) devolveu os ganhos de ontem (11).

O destaque foi, pelo terceiro pregão consecutivo, Vale (VALE3). A forte queda acompanhou a fraqueza do minério de ferro ainda com a decepção dos investidores com o novo pacote de estímulos na China.

Na ponta positiva do índice, Localiza (RENT3) e  Sabesp (SBSP3) avançaram com reação aos balanços. A locadora de automóveis aumentou o lucro em 22% na comparação anual. Já a companhia de saneamento básico de São Paulo, privatizada em julho, viu o lucro saltar 622% em relação ao terceiro trimestre de 2023.

Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou o leve avanço do petróleo e operou entre as ações mais negociadas do pregão.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street fechou em queda pela primeira vez desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Os investidores acompanharam novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed).

Entre eles, o presidente da unidade do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse que os membros do BC estão prontos para reagir caso as pressões inflacionárias aumentem ou o mercado de trabalho enfraqueça.

“Um consumidor forte, porém mais seletivo, aliado a uma força de trabalho mais produtiva e mais valorizada, colocou a economia em uma boa posição”, disse Barkin no Baltimore Together Summit, em Maryland.

Os comentários de Barkin são os primeiros desde o corte de 25 pontos-base na taxa do Fed na semana passada, que levou os juros para a faixa de 4,50% a 4,75%, no que ele disse ser uma recalibração da política monetária para “níveis um pouco menos restritivos”.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,29%, aos 5.983,99 pontos; 
  • Dow Jones: -0,86%, aos 43.910,98 pontos;
  • Nasdaq: -0,09%, aos 19.281,40 pontos.

Na Europa, o principal índice acionário teve forte queda, atingindo o menor nível em quase três meses, com as preocupações sobre o destino das relações entre Estados Unidos e reação a balanços.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 1,98%, aos 502,23 pontos — a maior baixa diária desde o início de agosto.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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