Mercados

Temor com Haddad na Economia empurra Ibovespa (IBOV) para baixo

25 nov 2022, 18:07 - atualizado em 25 nov 2022, 18:26
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
“Risco Haddad” pressiona Ibovespa nesta sexta-feira (25) (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) não repetiu a forte valorização do dia de estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2022. Pelo contrário: o índice afundou nesta sexta-feira (25), com investidores digerindo a participação de Fernando Haddad em evento promovido pela Febraban.

O Ibovespa fechou em queda de 2,55% hoje, a 108.976,70 pontos. Mesmo assim, o índice encerra a semana praticamente estável.

Haddad, que disputou para o cargo de governador do Estado de São Paulo nas eleições gerais deste ano, é um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Fazenda no novo governo. No evento, o ex-ministro não deu detalhes sobre a questão fiscal e afirmou que o orçamento precisa ser reconfigurado. O petista disse que a reforma tributária será prioridade no governo Lula.

Precisamos dar uma prioridade total à reforma tributária. Lula tentou nos dois mandatos, inclusive com apoio de todos os governadores no segundo mandato, mas não teve sucesso”, destacou.

Haddad não sinalizou qual será o tratamento fiscal no novo governo nem como pretende cumprir com as promessas de campanha. Ele voltou a criticar o teto, dizendo que a regra não inibiu a piora da qualidade do gasto público.

Após a participação de Haddad no evento, o dólar e os juros futuros dispararam. Seu discurso foi interpretado como uma falta de alinhamento com o mercado.

Segundo Gustavo Pessoa, sócio e gestor da Legacy, Haddad mostrou alinhamento com Lula e o PT, mas não com o mercado.

“Discurso ainda é bem genérico e não endereça pontos importantes da dinâmica de despesas públicas”, avalia.

De acordo com Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, “a Bolsa muda a cada palavra dele, para cima ou para baixo”.

O analista da Benndorf, Niels Tahara, ressalta que o ex-ministro voltou a falar em gastos para combater os problemas sociais do país, mas sem deixar claro como será tratado o déficit da dívida, principal preocupação dos investidores.

Além do nome à frente da Economia, o mercado segue monitorando os desdobramentos da PEC da Transição, sem avanço até agora. Porém, a sinalização é de que o texto final pode ser menos ruim, na visão do mercado, do que a primeira proposta.

A falta de acordo levou a mais um adiamento da apresentação da PEC. Na melhor das hipóteses, a proposta deve ser protocolada pelo autor, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), apenas na terça-feira da semana que vem.

A tendência é que o mercado continue em compasso de espera até ter novas sinalizações da PEC e da equipe do Ministério da Economia, afirma Apolo Duarte, sócio e diretor da mesa de renda variável da AVG Capital.

“Enquanto a gente não tiver mais sinalizações, o mercado tende a ficar de lado ou ter quedas por conta dessas incertezas. O mercado está bem cauteloso esperando novidades”, comenta.

Em Wall Street, investidores monitoraram as grandes varejistas em meio às vendas da Black Friday.

Com informações de Bloomberg e Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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