Mercados

Ibovespa cai refletindo corte de juros do Copom; entenda o mau humor do mercado

09 maio 2024, 17:18 - atualizado em 09 maio 2024, 17:28
ibovespa cai-copom
Ibovespa fechou em queda de 1% nesta quinta (9) (Imagem: Agência Brasil)

O Ibovespa fechou em queda nesta quinta (9), após Copom anunciar uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa Selic. A decisão do comitê ficou dividida entre os dirigentes, o que desagradou o mercado.

O índice fechou em baixa de 1,00%, a 128.221,67 pontos, segundo dados preliminares.

A Petrobras (PETR3) disparou 1,76%, acompanhando a alta do petróleo no exterior. Apesar disso, a alta da companhia, junto com a de Vale (VALE3), não foi o suficiente para tirar o Ibovespa do vermelho. 

Além da petrolífera, a Rede D’Or (RDOR3) fechou com alta de 2,54% após anunciar parceria com a Atlântica Hospitais e Participações. Dessa forma, a fusão entre as redes se chamará Atlântica D’Or.

Após a divulgação de balanços, BRF (BRFS3) subiu 2,16% com a aprovação do mercado. A empresa divulgou números acima do esperado, com lucro de R$ 594 milhões no primeiro trimestre deste ano.

As quedas do dia

Falando de balanços, a Lojas Renner (LREN3) apresentou resultados positivos para este trimestre. Contudo, após teleconferência com o CEO da empresa, as ações fecharam em queda de 6,47%. Na reunião, foram abordadas previsões negativas para o segundo trimestre.

De acordo com Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, o papel também sofre com a alta na taxa dos juros futuros hoje, assim como outras empresas do setor como a Arezzo (ARZZ3), que caiu 4,29%.

Além disso, Eletrobras (ELET3) teve queda de 3,74%, refletindo os resultados do 1T24. O lucro da companhia caiu para R$ 331 milhões, uma queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. Diante disso, os investidores saem do papel no dia de hoje e buscam outras oportunidades.

Decisão do Copom

A decisão do Copom reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto percentual. O corte mais cauteloso vem depois de seis reajustes de 0,50 pp e o comunicado da autoridade monetária deixa bem claro o motivo: o cenário econômico brasileiro e global mudou.

O ciclo de aperto monetário do Banco Central começou em março de 2021 e seguiu até agosto de 2022, após 12 altas seguidas. Antes do início do aperto, a taxa estava estacionada em 2%, menor patamar histórico, desde agosto de 2020.

De acordo Rogério Mori, economista-chefe da Davos Investimentos, este corte de 0,25 pp contrariou o posicionamento anterior do próprio Banco Central, que indicava a intenção de continuar reduzindo a taxa em 0,50 pp.

No entanto, ele destaca que este corte menor está mais alinhado com um cenário que se deteriorou ao longo dos últimos 45 dias.

“É importante ressaltar também que os eventos ocorridos no sul do país devem afetar a oferta de produtos, especialmente no setor agropecuário, o que exercerá uma pressão adicional sobre os preços. Diante deste conjunto de fatores, o Copom optou por adotar uma postura mais conservadora neste momento, realizando um corte de apenas 0,25 ponto percentual na taxa de juros. Esta decisão é consistente e conservadora em um contexto de cenário mais incerto”, afirma.

A decisão do reajuste não foi unânime. Votaram por uma redução de 0,25 pp os seguintes membros do Comitê:

  • Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente)
  • Carolina de Assis Barros
  • Diogo Abry Guillen
  • Otávio Ribeiro Damaso
  • Renato Dias de Brito Gomes

Por outro lado, votaram por uma redução de 0,50 pp os seguintes membros:

  • Ailton de Aquino Santos
  • Gabriel Muricca Galípolo
  • Paulo Picchetti
  • Rodrigo Alves Teixeira

Estagiária de Redação
Estudante da área de comunicação, cursando Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Ingressou no Money Times em 2024 como estagiária.
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