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Ibovespa (IBOV) sem alívio em pregão pós-Carnaval; o que explica o baque desta quarta?

22 fev 2023, 18:12 - atualizado em 22 fev 2023, 18:31
Ibovespa
Ibovespa desaba com exterior ruim e potencial conflito entre Haddad e Mercadante (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa (IBOV) voltou do feriado de Carnaval contaminado pelo temor dos mercados globais em relação à postura que os bancos centrais podem adotar nas próximas reuniões. O índice desabou 1,85% nesta quarta-feira (22), a 107.152,05 pontos.

Dados divulgados ontem nos Estados Unidos, que levaram à derrocada dos índices norte-americanos, mostraram que a economia do país continua aquecida, alimentando temores de que o Federal Reserve (Fed) pode adotar uma postura mais agressiva em seu trabalho para conter a inflação.

Os números da atividade empresarial dos EUA se recuperaram para o maior nível em oito meses. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), que acompanha os setores de manufatura e serviços, subiu para 50,2 em fevereiro, de 46,8 no mês passado.

O PMI chega após dados fortes de vendas no varejo norte-americano e de um mercado de trabalho ainda aquecido nos EUA.

Na ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta quarta, os dirigentes do banco central norte-americano não descartam altas mais significativas, apesar do alívio nos últimos ajustes nos juros.

“A política pode ser ajustada se surgirem riscos capazes de impedir as metas do comitê”, mostra o documento.

Haddad vs. Mercadante

No cenário doméstico, um possível conflito no governo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, foi monitorado pelo mercado hoje.

Mercadante estaria se colocando como um possível substituto caso a economia não decole e o ministro caia em desgraça, segundo informações do Valor Econômico.

Na coluna de Malu Gaspar, d’O Globo, o anúncio de Mercadante de que promoverá um seminário para sugerir ao governo um novo arcabouço fiscal foi interpretado como uma intromissão do BNDES nos assuntos da Fazenda pela equipe econômica.

Ainda na esfera econômica, o Banco Central divulgou o novo Boletim Focus. Economistas revisaram para cima a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim deste ano, de 5,79% para 5,89%. Há um mês, a expectativa era de avanço de 5,48%.

Para 2024, a projeção passou de 4% para 4,02%, de 3,84% há um mês. Para 2025, a projeção subiu de 3,6% para 3,78%. Já para 2026, a projeção passou de 3,5% para 3,7%.

A revisão ocorre após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Mesmo sem debate sobre metas, o mercado está em alerta, ainda mais após as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as metas.

Altas e baixas

As ações do Ibovespa não surpreenderam pelo lado das altas. No caso das quedas, algumas empresas recuaram bem.

Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3) despencaram em meio à possibilidade de suspensão das exportações de carnes para a China devido à investigação do novo caso de vaca louca.

Papéis de varejo e tecnologia, como Via (VIIA3) e Locaweb (LWSA3), também foram penalizados nesta quarta.

A Petrobras (PETR4) fechou em queda de 2,57%, seguindo a baixa nos preços do petróleo nos mercados internacionais. A Vale (VALE3) apresentou desvalorização de 0,76%. O minério de ferro teve performance tímida nas Bolsas chinesas. Ajustes para limitar as negociações de determinados contratos futuros entraram em vigor na noite desta terça, a fim de eliminar a especulação expressiva no mercado.

Os bancos pesaram sobre o índice, com Banco do Brasil (BBAS3) se sobressaindo ao recuar 2,48%.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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