Bula do Mercado

Ibovespa hoje: O samba de uma nota só e a visão míope do mercado

22 nov 2022, 8:01 - atualizado em 22 nov 2022, 8:46
Ibovespa
Ibovespa não mostra disposição em mudar de tom e mantém o samba de uma nota com a PEC da Transição, tentando mudar de faixa e ver quem irá comandar a equipe econômica (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Enquanto a Argentina entra em campo hoje no Catar, que deve marcar o “last dance” de Lionel Messi em Copa do Mundo, o Ibovespa segue com o samba de uma nota só. As indefinições sobre quem irá comandar a equipe econômica do próximo governo e como será a PEC da Transição a ser aprovada no Congresso ditam o tom dos mercados domésticos.

Com isso, os ativos locais devem continuar oscilando ao sabor das especulações em torno do terceiro mandato de Lula. Ainda assim, os investidores seguem convencidos de que o presidente eleito e o PT vão tentar  impor medidas mais drásticas (leia-se “gastadoras”). 

Drástico mesmo é o que se vê na China. Ao contrário das expectativas, o governo chinês ampliou os esforços contra a covid-19. A capital, Pequim, enfrenta a situação mais grave desde o início da pandemia, em 2020, e obriga a população a passar por três testes em três dias, além de restringir serviços e viagens. Ou seja, desde que anunciou as “20 medidas” para afrouxar a política de Covid Zero, a China mais apertou o cerco do que aliviou a estratégia de combate.

Porém, tanto na situação chinesa quanto na cena política brasileira, é necessário evitar uma visão míope e tentar enxergar o horizonte à frente. Afinal, só o futebol é uma caixinha de surpresas – a Arábia Saudita que o diga.

Ibovespa só vê copo meio vazio

Por mais que as incertezas sobre o que esperar para um novo governo Lula estejam estressando a bolsa brasileira, o dólar e a curva de juros futuros no curtíssimo prazo, serão pelo menos quatro anos do PT no poder. E a mão do mercado que hoje bate pode ser a mesma que afaga daqui a algum tempo.

O problema é que os mercados locais não estão tentando ver o copo “meio cheio”. Ao contrário, só enxergam as bolhas que se formam no ar em meio ao vácuo sobre a responsabilidade fiscal. Da mesma forma, a despeito do desafio e dos riscos de curto prazo que a nova onda de coronavírus impõe à China, tudo indica que é o começo do fim da covid-19 no país. 

Em ambos os países a recuperação econômica envolve um longo processo. Aliás,muito além de mera coincidência, o inédito terceiro mandato dos presidentes Lula, no Brasil, e Xi Jinping, da China, realçam uma sincronização de forças e abrem um potencial novo ciclo econômico, que têm em comum a redução da desigualdade de renda e a luta contra o aquecimento global

A própria Vale (VALE3) já está atenta a isso e pode deixar o negócio do minério de ferro de escanteio, em meio à “transição verde”. Aliás, a commodity metálica fechou em ligeira baixa no mercado futuro chinês em Dalian, o que deixa os recibos de ações (ADRs) da mineradora sem rumo definido no pré-mercado em Nova York

De um modo geral, os mercados globais estão operando sem tendência definida nesta manhã. De um lado, a pressão negativa no mercado de criptoativos segue intensa. De outro, as bolsas no Ocidente tentam engatar um dia positivo após uma sessão mista na Ásia, diante da alta do petróleo e do dólar mais fraco no mundo. 

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,17%; o do S&P 500 avançava 0,18%; enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,14%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não iniciou negociação no pré-mercado; nos ADRs, Vale tinha alta de 0,13%, enquanto o da Petrobras subia 1,84%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 ganhava 0,41%; a bolsa de Frankfurt subia 0,28%; a de Paris tinha alta de 0,29% e a de Londres avançava 0,77%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,42%, a 107.38 pontos; o euro subia 0,34%, a US$ 1,0278; a libra ganhava 0,30%, a US$ 1,1860; o dólar caía 0,54% ante o iene, a 141,37 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,796%, de 3,833% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,505%, de 4,521%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,52%, a US$ 1.748,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI ganhava 0,46%, a US$ 80,41 o barril; o do petróleo Brent subia 0,49%, a US$ 87,88 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em baixa de 0,54%, a 735,50 yuans a tonelada métrica.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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