Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Nem PEC da Transição nem China assustam mercado

29 nov 2022, 7:51 - atualizado em 29 nov 2022, 11:37
Mercados globais
China convoca população idosa para vacinar contra a covid-19 e traz alívio aos mercados; sentimento por aqui deve se replicar em meio à negociação da PEC da Transição (Reuters)

O Ibovespa não deve reagir hoje no susto à PEC da Transição protocolada ontem à noite no Senado. Apesar de a proposta original prever um furo no teto de gastos de R$ 175 bilhões, e um extrateto de R$ 23 bilhões, o mercado doméstico deve trabalhar com uma cifra bem menor, de R$ 150 bilhões. Já o prazo tende a ficar entre dois e quatro anos.  

Esse sinal de negociação dado pelo próprio PT tende a tranquilizar os investidores, uma vez que um gasto para atender às demandas do governo Lula em torno de R$ 150 bilhões não representa expansão fiscal. Se confirmadas as especulações, espera-se um alívio da pressão sobre os ativos locais até a aprovação do texto final, prevista para o dia 16.  

Aí, então, a expectativa se volta para os nomes que irão formar o próximo governo. E é cada vez maior a chance de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciar Fernando Haddad no comando da equipe econômica. O anúncio deve ser feito nos próximos dias, inclusive de modo a facilitar as negociações da PEC no Congresso.  

Para receber o “aceite” do mercado à indicação de Haddad, Lula deve criar um grupo amplo de conselheiros econômicos, mesclando alas mais heterodoxas com representantes mais liberais. Tal estratégia já é vista na equipe de transição que, aliás, passa a contar com o ex-prefeito de São Paulo a partir de hoje. 

Quem assusta o mercado?

Uma vez encaminhada a cena política local, o radar dos mercados se volta para o exterior. Vilão no pregão da véspera, a China vira herói dos mercados globais nesta terça-feira (29). A guinada se dá devido ao incentivo do governo chinês à vacinação da população idosa contra a covid-19. Vale lembrar que a China privilegiou a vacinação da força de trabalho.

A decisão do governo chinês é mais um passo em direção à flexibilização das medidas de combate à doença, principalmente os testes e a quarentena. Alvo de críticas de protestos no país durante o fim de semana, a convocação para que os idosos sejam agora vacinados reforça a ideia de que as manifestações devem sair de cena antes do fim da Covid Zero

Em reação, as bolsas da China conduziram os ganhos na Ásia. Hong Kong disparou mais de 5%, enquanto Xangai saltou mais de 2%. Entre as commodities, o minério de ferro subiu 2% em Dalian, assim como o petróleo no mercado internacional. O movimento deve favorecer as ações da Vale e da Petrobras, que ontem salvaram o Ibovespa de uma queda maior

No Ocidente, porém, uma única palavra volta a assustar os investidores: recessãoÉ cada vez mais certo que a economia dos Estados Unidos irá sofrer em 2023. Uma recessão leve ou média, semelhante à observada no início dos anos de 1970, é a mais provável.

Mas nada disso ainda está embutido nos preços dos ativos negociados em Nova York, com risco de contágio nos mercados globais. Portanto, a maior preocupação ainda está por vir – e não virá nem do Brasil, nem da China. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alat de 0,12%; o do S&P 500 avançava 0,29%; enquanto o Nasdaq subia 0,48%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) recuava 0,94%, a 29.37 pontos no pré-mercado; nos ADRs, Vale tinha alta de 2,57%, enquanto o da Petrobras subia 1,80%; 

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,30%; a bolsa de Frankfurt oscilava com +0,10%; a de Paris avançava 0,25% e a de Londres ganhava 0,25%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,42%, a 106.23 pontos; o euro subia 0,38%, a US$ 1,0379; a libra subia 0,51%, a US$ 1,2021; o dólar tinha queda de 0,72% ante o iene, a 137,92 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,663%, de 3,685% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,430%, de 4,442%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,81%, a US$ 1.754,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,38%, a US$ 79,06 o barril; o do petróleo Brent avançava 2,47%, a US$ 85,94 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta de 2,39%, a 771,50 yuans a tonelada métrica.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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