Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Semana começa com bolsas e commodities em queda por causa da China

15 ago 2022, 7:56 - atualizado em 15 ago 2022, 7:58
Ibovespa; mercados
Ibovespa reage aos dados chineses sobre vendas no varejo e produção industrial, deixando em segundo plano a reação à safra de balanços (Imagem: Pixabay/sergeitokmakov)

O Ibovespa deve iniciar a semana devolvendo parte da alta de quase 6% acumulada nos últimos cinco dias e relegando a reação à safra de balanços, que, aliás, termina hoje. Dados fracos sobre a atividade econômica na China pesam nos mercados internacionais, com o inesperado corte na taxa de juros promovido pelo Banco Central chinês (PBoC) acendendo o sinal de alerta.

Em vez de se animarem com a perspectiva de mais estímulos, os ativos de risco são pressionados pela visão de que a China pode deixar de ser o motor do crescimento econômico global por algum tempo. Afinal, os dados de julho sugerem que a recuperação pós-lockdown perdeu força.

As vendas no varejo chinês reduziram o ritmo de alta para +2,7% no mês passado, no confronto anual, ante +3,1% em junho. Já a produção industrial desacelerou levemente, passando de +3,9% para +3,8%, na mesma base de comparação. Ambos os resultados vieram abaixo do esperado.  

Em resposta, o PBoC reduziu a taxa de recompra reversa de sete dias, injetando liquidez de curto prazo no sistema financeiro. O BC chinês também cortou a taxa de empréstimo de curto prazo (MLF, na sigla em inglês). Em ambos os casos, os novos patamares são mínimos históricos. 

Exterior avesso ao risco

Em reação, as bolsas da Ásia tiveram uma sessão mista. Xangai fechou praticamente estável, porém com um ligeiro viés negativo (-0,02%), enquanto Hong Kong cedeu 0,67%.

As ações da China Life’s e da China Petroleum and Chemial derraparam 1,7% e 2,41, respectivamente com temores de deslistagem dos ativos nos Estados Unidos. Já a Bolsa de Tóquio subiu 1,1%, após o Japão crescer em um ritmo mais rápido no trimestre passado.     

Porém, os dados chineses atingem em cheio as commodities industriais. O barril do petróleo cai mais de 4%, em ambas as referências (WTI e Brent), ao passo que o minério de ferro recuou 0,82% no mercado futuro em Dalian (China). 

As moedas correlacionadas às commodities também perdem terreno, o que deve elevar a pressão sobre o real brasileiro. O destaque fica com o dólar australiano, que cai mais de 1% ante o xará norte-americano.  

Além da percepção de que parece improvável que a economia chinesa contribua para quaisquer surpresas positivas ao crescimento global neste ano, a tensão geopolítica no Estreito de Taiwan segue no radar. Pequim anunciou novos exercícios militares em Taiwan, diante de uma nova visita de delegação dos EUA à região.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha queda de 0,53%; o do S&P 500 caía 0,54%; e o do Nasdaq recuava 0,38%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,22%; a bolsa de Frankfurt oscilava com -0,05%; a de Londres caía 0,08%, enquanto a de Paris ganhava 0,11%.

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,63%, a 106.29 pontos; o euro tinha queda de 0,58%, a US$ 1,0199; a libra caía 0,58%, a US$ 1,2067; o dólar tinha leve baixa de 0,06% ante o iene, a 133,37 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos caía a 2,831%, de 2,839% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,249%, de 3,257% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 1,34%, a US$ 1.791,10 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 4,85%, a US$ 87,64 o barril; o do petróleo Brent cedia 4,82%, a US$ 93,45 o barril; o minério de ferro para janeiro teve queda de 0,82% em Dalian (China), a 722,50 yuans

Colaborou Lucas Simões.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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