Ibovespa (IBOV) abre sem direção à espera de novos desdobramentos sobre o IOF; 5 coisas para saber ao investir hoje (3)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta terça-feira (3) sem direção definida à espera de novos desdobramentos sobre o IOF e falas do presidente Lula, que marcou entrevista coletiva agora às 10h.
Por volta das 10h04 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira operava em estabilidade, aos 136.783,86 pontos.
O dólar à vista rondava a estabilidade ante o real nas primeiras negociações desta terça-feira, conforme os investidores acompanhavam as tensões comerciais no exterior, enquanto aguardam o anúncio da solução do governo para o impasse sobre os aumentos no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Às 9h05 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,09%, a R$5,6790 na venda.
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Day Trade
Radar do mercado
Confira os 5 assuntos que impactam o Ibovespa nesta terça-feira (3)
1 – Crise (e possível acordo) do IOF está no radar
O governo federal está trabalhando para reverter a crise que ele mesmo criou ao mudar as tarifas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A equipe econômica e o Congresso estão em busca de um acordo e uma nova proposta deve ser apresentada aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado nesta terça-feira (3), segundo o ministro Fernando Haddad.
Haddad disse que a regulação do IOF deve estar associada à calibragem dos tributos para corrigir desequilíbrios e também as reformas estruturais. No entanto, ele também lembrou que a decisão política sobre o IOF cabe ao Congresso, que tem a última palavra.
“Se houver uma compreensão de que é hora de avançar, eu acredito que nós vamos dar uma perspectiva muito mais sustentável sem essas medidas que são paliativas, que nós sabemos que não são estruturais. Então, para nós, é muito melhor fazer as correções no atacado do que fazer correções no valor”, afirmou.
2- Produção industrial no Brasil cresce menos do que o esperado em abril mas chega a 4 meses de ganhos
A produção industrial cresceu menos do que o esperado em abril no Brasil, dando sequência a uma tendência de acomodação em ambiente de incertezas externas e juros elevados, mas ainda iniciou o segundo trimestre com o quarto mês seguido de ganhos.
Em abril, a produção industrial avançou 0,1% na comparação com o mês anterior, resultado que ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,3%, mas ainda foi o mais elevado para o mês desde 2022.
Ante o mesmo mês de 2024, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira que houve queda de 0,3%, interrompendo dez meses consecutivos de crescimento.
O resultado anual também frustrou a projeção na pesquisa da Reuters, de avanço de 0,3%. Segundo o IBGE, o recuo nessa base de comparação foi influenciado tanto pelo efeito-calendário, já que abril de 2025 teve dois dias úteis a menos, como também pela base de comparação elevada.
Com a indústria brasileira ainda 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, o cenário é de juros elevados por período prolongado e perspectiva de desaceleração da economia, tanto global quanto nacional.
Pesam ainda as incertezas relacionadas às tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por outro lado, favorecem fatores como uma balança comercial sólida e medidas de estímulo à atividade.
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3- Guerra comercial de Trump afeta crescimento dos EUA e OCDE reduz perspectiva global
O crescimento econômico global está desacelerando mais do que o esperado há apenas alguns meses conforme as consequências da guerra comercial do governo dos Estados Unidos afetam mais a economia do país, disse a OCDE nesta terça-feira (3), revisando para baixo suas perspectivas.
A expansão da economia global está em vias de desacelerar de 3,3% no ano passado para 2,9% em 2025 e 2026, disse a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, reduzindo suas estimativas de março de crescimento de 3,1% este ano e 3,0% no próximo ano.
Mas a perspectiva de crescimento provavelmente será ainda mais fraca se o protecionismo aumentar, alimentando ainda mais a inflação, interrompendo as cadeias de oferta e abalando os mercados financeiros, disse a organização sediada em Paris em seu mais recente relatório Perspectiva Econômica.
Os anúncios de tarifas feitos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, desde que assumiu o cargo em janeiro já agitaram os mercados financeiros e alimentaram a incerteza econômica global, forçando-o a voltar atrás em algumas de suas posições iniciais.
No mês passado, os EUA e a China concordaram com uma trégua temporária para reduzir as tarifas, enquanto Trump também adiou as taxas de 50% sobre a União Europeia até 9 de julho.
A OCDE previu que a economia dos EUA crescerá apenas 1,6% este ano e 1,5% no próximo ano, presumindo, para fins de cálculos, que as tarifas em vigor em meados de maio permanecerão assim até o restante de 2025 e 2026.
Para 2025, a nova previsão representou um corte considerável, já que a organização esperava anteriormente que a maior economia do mundo cresceria 2,2% este ano e 1,6% no próximo.
4- Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi após quase 1 ano
A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na segunda-feira (2), sem restrições, a fusão entre as varejistas de produtos para animais de estimação Petz (PETZ3) e Cobasi, segundo processo no site do órgão regulador.
A aprovação torna-se definitiva após 15 dias, caso não haja manifestação pelo Tribunal do Cade ou recursos por terceiros interessados.
O anúncio era amplamente aguardado pelo mercado. No ano, a ação PETZ3 sobe 7,50%.
Anunciada em agosto do ano passado, o acordo prevê incorporação de ações da Petz por uma subsidiária detida integralmente pela Cobasi.
A Petz será fundida com a divisão Cobasi Investimentos, que então será incorporada pela Cobasi S.A.. No fim, a Petz se tornará uma subsidiária da Cobasi, com uma unificação das bases acionárias das companhias.
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5- Azul (AZUL4): Moody’s rebaixa empresa após pedido de recuperação judicial
A agência classificadora de risco Moody’s rebaixou o rating da Azul (AZUL4) de “Caa2” para “Ca”, com perspectiva negativa, conforme comunicado divulgado pela aérea na noite de segunda-feira (2).
O rating “Ca” indica que a Moody’s vê alguma perspectiva de recuperação para os credores, no entanto, com grandes perdas. A agência tem em vista o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) feito pela companhia na última semana.
“A perspectiva negativa reflete a visão da Moody’s de um período prolongado de recuperação da Azul como parte da reestruturação e sua flexibilidade financeira limitada, o que resultará em perdas para credores com e sem garantia”, diz a agência.
Além da atualização, a Moody’s anunciou o cancelamento das avaliações sobre a Azul, conforme política após pedido de recuperação.
*Com informações de Reuters