Mercados

Ibovespa (IBOV) despenca e perde os 129 mil pontos, com alta de IPCA no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (8)

08 nov 2024, 10:17 - atualizado em 08 nov 2024, 15:40
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Ibovespa abre em queda nesta sexta-feira, 8 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta sexta-feira (8) em queda. O principal índice da bolsa brasileira despencava 1,44%, a 127.815 pontos, por volta de 10h18.



O dólar à vista subia de forma acentuada frente ao real nas primeiras negociações desta sexta, à medida que investidores analisavam dados de inflação mais fortes do que o esperado no Brasil, enquanto seguiam no aguardo do anúncio de medidas fiscais pelo governo.

Lá fora, o mercado repercute a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O Federal Reserve realizou mais um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, levando a taxa para o intervalo entre 4,50% e 4,75%. Os últimos números da economia americana mostram um arrefecimento do mercado de trabalho e estabilidade na inflação.

No entanto, com a chegada de Trump à Casa Branca, há dúvidas de como seguirá o ritmo do afrouxamento monetário. O motivo é que o novo presidente promete ser mais expansionista — e, consequentemente, inflacionário —, com planos de políticas fiscais e comerciais.

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Radar do Mercado:

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta (8)

IPCA sobe 0,56% em outubro e rompe o teto da meta em um ano

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,56% em outubro — apontando para uma aceleração em relação à alta de 0,44% apurada em setembro.

A expectativa do mercado, segundo o Investing.com, era de um avanço de 0,53% no mês.

O resultado foi influenciado pelas altas nos grupos de habitação (1,49%), após aumento nos preços da energia elétrica residencial (4,74%), e de alimentação e bebidas (1,06%), impulsionado pelo aumento das carnes (5,81%).

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), o IPCA avança 3,88% nos dez primeiros meses do ano — frente a 3,31% em setembro.

‘Novela Mexicana (Brasileira)’

No contexto econômico brasileiro atual, a longa novela em torno da proposta de corte de gastos segue se arrastando, gerando efeitos adversos sobre o ambiente econômico.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, aponta que, ontem, mais um episódio se desenrolou: após uma reunião prolongada, nenhuma decisão conclusiva foi alcançada, e uma nova rodada de negociações foi marcada para hoje à tarde.

“A presença de ministros de pastas essenciais, como Educação, Saúde e Trabalho, trouxe um tom de otimismo, sugerindo que as medidas poderiam ser abrangentes e afetar áreas sociais importantes do lulismo, o que ajudaria a estabilizar o câmbio. Entretanto, a demora nas definições pode sinalizar fortes resistências a certos aspectos do plano econômico”, diz.

Spiess ainda informa, que relatos indicam que o pacote poderá ser menos ambicioso do que o esperado, com cortes sendo reduzidos ainda antes de sua apresentação formal, em função de concessões já realizadas pelo ministro Haddad nas negociações.

“A péssima comunicação e a amplificação dessas informações confusas pela mídia alimentam um clima de incertezas prejudicial ao cenário econômico”, afirma. “No mercado financeiro, o momento exige prudência; é mais sensato esperar os anúncios formais do governo do que reagir a rumores e especulações”.

Para o analista, o ajuste fiscal é uma necessidade evidente, e o governo Lula está ciente disso, “ainda que evite tratar o tema publicamente (ele não pode ser visto como fiscalista pelo seu eleitorado)”.

“Aliás, a profundidade das medidas fiscais a serem anunciadas será determinante não só para o mercado, mas também para as futuras decisões do Banco Central”, finaliza.

Petrobras (PETR4) aumenta lucro em 22%, a R$ 32,6 bilhões e anuncia R$ 17,12 bilhões em dividendos

Petrobras (PETR4) informou nesta quinta-feira (7) um lucro líquido de R$ 32,6 bilhões no terceiro trimestre, em uma alta anual de 22,3%, reflexo da melhora do lucro bruto e do resultado financeiro e das menores despesas operacionais.

Analistas apontavam um lucro entre R$ 23 bilhões e R$ 32 bilhões, segundo relatórios consultados pelo Money Times.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou R$ 63,7 bilhões entre julho e setembro, queda de 3,8% versus o mesmo período de 2023.

Segundo a companhia, a queda de 6% no preço do Brent e a menor margem de derivados, especialmente de diesel, devido à redução de 16% no crackspread internacional foram compensadas, em parte, pelo aumento da taxa de câmbio média do real frente ao dólar.

Embraer (EMBR3) tem lucro de R$ 1,17 bilhão no terceiro trimestre

Embraer (EMBR3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,176 bilhão no terceiro trimestre, salto ante os R$ 167 milhões de um ano antes.

Segundo o balanço divulgado ao mercado nesta sexta-feira (8), a companhia destacou que estima entregar entre 70 e 73 aeronaves comerciais, anteriormente, a previsão era de 72 a 80; já na aviação executiva, foram mantidas as estimativas de entregar entre 125 e 135 unidades.

Natura (NTCO3) registra prejuízo de R$ 6,693 bilhões

Natura (NTCO3) registrou prejuízo líquido de R$ 6,693 bilhões no terceiro trimestre (3T24), uma queda de 195,3% em relação ao lucro líquido de R$ 7,024 bilhões obtido no mesmo período do ano passado.

De acordo com o balanço divulgado ao mercado nesta sexta-feira (8), antes da abertura do pregão, a empresa destacou que neste trimestre foi realizada a desconsolidação dos resultados da Avon Products Inc. (“API”) e de suas subsidiárias, devido ao Chapter 11 — processo similar à recuperação judicial brasileira — anunciado em agosto de 2024.

Com isso, um prejuízo não-caixa e não-recorrente de R$ 7,0 bilhões foi registrado em Operações Descontinuadas no trimestre, anulando o lucro líquido de R$ 524 milhões no período.

* Com informações de Reuters

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Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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