Ibovespa (IBOV) abre em queda com cenário internacional e balanço do Banco do Brasil; 5 coisas para saber ao investir hoje (15)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta sexta-feira (15) em queda com novas críticas de Donald Trump ao Brasil, além da reunião entre EUA e Rússia e o balanço do Banco do Brasil.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira opera em estabilidade com leve queda de 0,05%, aos 136.281,22 pontos.
O dólar à vista tinha leve baixa ante o real nas primeiras negociações do dia, a caminho de fechar a semana com uma queda modesta, conforme os investidores voltam suas atenções para o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia mais tarde, com dados econômicos também no radar.
No mesmo horário de abertura do índice, a moeda norte-americana recua 0,38%, a R$ 5,3878 na venda.
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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta sexta-feira (15):
1- Trump volta a criticar o Brasil
Donald Trump voltou a criticar o Brasil. O presidente dos Estados Unidos chamou o país de “péssimo parceiro comercial” e classificando o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como “execução política”.
Segundo Trump, o Brasil impõe tarifas “muito maiores” aos EUA do que o contrário, dificultando o comércio bilateral. “Agora estão sendo cobrados 50% de tarifas e não estão felizes, mas é assim que funciona”, afirmou.
Ao contrário da declaração, o Brasil registra déficit na balança comercial com os EUA — ou seja, o país importa mais produtos norte-americanos do que vende para lá — desde 2009. Em 2024, esse déficit superou US$ 28 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O republicano também voltou a defender Bolsonaro, dizendo acreditar em sua honestidade e chamando as acusações contra ele de “caça às bruxas”. Desde julho, Trump menciona o ex-presidente brasileiro em declarações públicas, vinculando as novas tarifas — anunciadas em 9 de julho — ao seu julgamento.
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2- EUA tenta cessar-fogo na Ucrânia em reunião com Putin
Trump e Vladimir Putin realizam um encontro no Alasca nesta sexta-feira, com objetivo de fechar um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.
A reunião dos líderes da Rússia e dos EUA em uma base da Força Aérea da época da Guerra Fria no Alasca será a primeira conversa cara a cara desde que Trump retornou à Casa Branca. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, que não foi convidado para as conversas, e seus aliados europeus temem que Trump possa tentar forçar Kiev a fazer concessões territoriais.
Trump está pressionando por uma trégua na guerra de 3 anos e meio, o que reforçaria suas credenciais como um pacificador global digno do Prêmio Nobel da Paz.
Para Putin, a cúpula é uma grande vitória antes mesmo de começar, pois ele pode usá-la para dizer que anos de tentativas ocidentais de isolar a Rússia foram desfeitos e que Moscou voltou ao seu lugar de direito na mesa principal da diplomacia internacional. Além disso, há muito tempo ele deseja conversar com Trump cara a cara, sem a Ucrânia.
3- Banco do Brasil (BBAS3): Lucro cai 60% para R$ 3,8 bi no 2T25, abaixo do esperado; ROE encolhe para 8%, pior marca em décadas
O Banco do Brasil (BBAS3) terminou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda de 60% ante o mesmo período do ano passado. A cifra ficou abaixo do esperado pelas projeções de analistas compiladas pela LSEG, que apontavam lucro líquido de R$ 5,279 bilhões.
É o segundo recuo dos números após 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro. Além disso, foi o único, entre os grandes bancos, a apresentar redução.
Um conjunto de fatores, que incluem a piora da inadimplência do agronegócio e a nova resolução da CMN nº 4.966/2021, que endureceu e obrigou os bancos a elevarem as provisões para calotes, fez o banco passar de queridinho do mercado para um grande ponto de interrogação.
A maioria dos analistas já esperava números fracos. Segundo o Banco Central, o banco reportou lucro de apenas R$ 500 milhões em maio, bem menor do que o reportado em abril, de R$ 1,7 bilhão, tombo de 70% no mês e 85% no ano.
Desde do terceiro trimestre, o BB vem sentido efeitos da falta de pagamento no agronegócio, já que o setor passa por uma alta expressiva do número de recuperações judiciais no setor.
Outros dados do BC mostram que a qualidade dos ativos rurais atingiu o nível mais baixo de todos os tempos, com 3,5% de inadimplência em 90 dias e 2,9% de inadimplência antecipada (15 a 90 dias).
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4- Azul (AZUL4) reduz prejuízo líquido ajustado para R$ 475,8 milhões no 2T25
A Azul (AZUL4) alcançou lucro líquido de R$ 1,29 bilhão no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.
Em termos ajustados, no entanto, a companhia aérea teve um prejuízo líquido de R$ 475,8 milhões no segundo trimestre. O resultado representa uma queda de 29% no prejuízo na comparação com as perdas ajustadas de R$ 669,7 milhões registradas um ano antes.
O Ebitda (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) cresceu 9% ano contra ano, alcançando R$ 1,1 bilhão, com margem de 23%. A receita operacional da companhia atingiu R$ 4,9 bilhões, recorde para um segundo trimestre, registrando alta de 18% sobre o mesmo período de 2024.
O crescimento foi impulsionado, de acordo com a Azul, pela alta demanda, maior participação do mercado internacional, desempenho das unidades de negócio e otimização da malha aérea.
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5- CPFL (CPFL3) tem alta do lucro, mas vê tendência de piora dos cortes de geração
A CPFL Energia (CPFE3) registrou aumento do lucro líquido no segundo trimestre de 2025 (2T25) com bons resultados da distribuição de energia, compensando as perdas no negócio de geração renovável em função dos cortes da produção das usinas. E a visão é que este é um problema que deve se agravar no segundo semestre.
A elétrica controlada pela chinesa State Grid anunciou um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão entre abril e junho, 7,8% maior na comparação anual, e também acima da expectativa média de analistas, de cerca de R$1 bilhão, conforme estimativa do IBES.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da companhia aumentou 6,7% na base anual, para R$ 3 bilhões, superando a previsão do mercado de R$2,76 bilhões.
O desempenho trimestral da CPFL foi impulsionado pelos negócios de distribuição de energia, cujo Ebitda cresceu 22,2%, para R$2 bilhões, refletindo os reajustes tarifários das concessionárias, uma redução de 37% da inadimplência, entre outros fatores.
Esses efeitos compensaram a diminuição do consumo de energia registrada nos mercados atendidos pelas distribuidoras CPFL no período, em função das menores temperaturas se comparadas às do segundo trimestre de 2024, o que levou a um menor uso de equipamentos de climatização.
*Com informações de Reuters