Ibovespa (IBOV) abre em queda com incertezas sobre as negociações entre EUA e Brasil; 5 coisas para saber ao investir hoje (24)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quinta-feira (24) em queda, ainda com o desenrolar das tensões entre Estados Unidos e Brasil no radar.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira caia 0,47%, aos 134.725,51
pontos.
O dólar à vista oscilava pouco ante o real, conforme os investidores monitoravam as negociações comerciais dos Estados Unidos com seus principais parceiros, em meio à contínua incerteza sobre as tensões entre o governo brasileiro e o presidente norte-americano, Donald Trump.
No mesmo horário, a moeda norte-americana subia 0,12%, a R$ 5,5306 na venda.
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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta quinta-feira (24):
1 – Aumenta chance de tarifa de 50% começar a valer em 1º de agosto
O Brasil e os Estados Unidos ainda não chegaram a um acordo em relação à tarifa de 50% imposta por Donald Trump.
Ontem, durante um evento em Washington, o presidente norte-americano mandou uma indireta para o Brasil ao afirmar que “alguns países” com os quais os EUA não estão se dando bem pagarão uma tarifa de 50%.
O governo brasileiro, porém, está em movimento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o país está negociando diretamente com secretários do governo dos EUA, mas que há uma forte centralização das informações na Casa Branca.
Haddad também destacou que as áreas técnicas da Fazenda, Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já concluíram os detalhes de um plano de contingência contra as tarifas. O material deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até a próxima semana.
Além disso, o Brasil tem buscado apoio internacional. O tema foi levado à Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o embaixador Philip Fox-Drummond Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, criticou o uso de tarifas como forma de ameaça e coerção, além de práticas que colocam em risco a soberania nacional.
Como resultado, o Brasil recebeu apoio de mais de 40 países, incluindo os membros do Brics, União Europeia e Canadá.
2- Trump realiza visita ao Fed em meio à pressão sobre Powell
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um crítico do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, visitará o banco central do país nesta quinta-feira, informou a Casa Branca, uma ação surpreendente que aumenta a tensão entre o governo e a autoridade monetária.
Trump tem criticado Powell repetidamente por não reduzir a taxa de juros dos EUA de forma agressiva, chamando-o de “idiota” na terça-feira e expressando publicamente o desejo de demiti-lo.
O presidente indicou Powell para liderar o banco em seu primeiro mandato, mas desde então tem se arrependido de sua escolha devido a divergências sobre os juros e a economia. Entre os mandatos de Trump, o presidente Joe Biden indicou Powell para um segundo mandato.
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3- Pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA têm queda inesperada
O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, indicando condições estáveis no mercado de trabalho, embora a lentidão nas contratações esteja dificultando que muitos trabalhadores demitidos consigam novas oportunidades.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 4 mil, para 217 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 19 de julho. Economistas consultados pela Reuters previam 226 mil pedidos para a última semana.
Os pedidos recuaram depois de terem atingido um recorde de oito meses em junho. Embora tenha havido algumas demissões, a maioria dos empregadores tem se mostrado relutante em demitir trabalhadores, optando, em vez disso, por reduzir as contratações enquanto aguardam mais clareza sobre a política comercial protecionista do presidente Donald Trump.
Ainda há uma chance de que os pedidos de auxílio aumentem. Eles tendem a crescer em julho, em parte devido ao fechamento anual de montadoras de veículos automotores, cujo cronograma desconhecido pode atrapalhar o modelo que o governo usa para eliminar as flutuações sazonais dos dados.
4- BCE mantém taxas de juros enquanto aguarda clareza sobre comércio
O Banco Central Europeu deixou as taxas de juros inalteradas nesta quinta-feira após oito cortes em um ano, aguardando enquanto a União Europeia e os Estados Unidos negociam sobre o comércio.
O BCE cortou sua taxa de juros para 2% no mês passado, reduzindo-a pela metade em relação aos 4% um ano antes, depois de domar um aumento nos preços que se seguiu ao fim da pandemia da Covid-19 e à invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Com a inflação agora de volta à meta de 2% do BCE e com a expectativa de que ela permaneça lá, as autoridades optaram pela manutenção nesta quinta-feira, no momento em que as negociações comerciais entre a União Europeia e o governo de Donald Trump nos EUA parecem estar em sua reta final.
O Conselho do BCE pintou um quadro equilibrado da economia, com a incerteza de curto prazo sobre o comércio compensada pelo investimento público mais adiante.
5- Brava Energia (BRAV3): Acordo de acionistas reúne grupo com 20,8% da companhia e promete atuação coordenada
A Brava Energia (BRAV3) informou a celebração de um novo acordo de acionistas envolvendo um grupo que detém 96,7 milhões de ações ordinárias da companhia — o equivalente a 20,82% do capital social. O documento foi arquivado na sede da empresa e estabelece regras para o exercício do direito de voto e a transferência dessas ações.
Na prática, o acordo sinaliza que os signatários atuarão de forma coordenada em decisões estratégicas, como assembleias de acionistas, votações relevantes e eventuais movimentações no capital da empresa. Apesar de não haver mudança no controle da Brava, o percentual envolvido é significativo e pode ter peso relevante na governança da companhia.
Segundo a carta enviada à Brava pelos investidores, o grupo compartilha uma “visão convergente quanto ao desenvolvimento sustentável e à geração de valor de longo prazo”.
Os signatários também afirmaram que pretendem colaborar de forma construtiva com o crescimento e a eficiência da empresa, respeitando os princípios de boa governança corporativa.
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*Com informações de Reuters