Ibovespa ultrapassa os 160 mil pontos pela 1ª vez e renova recorde histórico
O Ibovespa (IBOV) ultrapassou a marca dos 160 mil pontos pela primeira vez – e renovou o recorde nominal intradia em um pregão de forte apetite ao risco no cenário doméstico e de consolidação das apostas de corte nos juros dos Estados Unidos.
Por volta de 11h10 (horário de Brasília) desta terça-feira (2), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 160.388,41 pontos, com avanço de 1,12%, em nova máxima histórica. O último recorde intradia foi registrado na sexta-feira passada, quando o índice atingiu os 159.689,03 pontos.
O gatilho para a alta ao se falar de Brasil é a corrida eleitoral, com o avanço do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O eventual candidato, que tem a preferência do mercado financeiro, avançou nas intenções de voto na disputa presidencial de 2026.
Segundo a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada na manhã de hoje, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em todos os cenários de primeiro turno para as eleições presidenciais de 2026. No entanto, no segundo turno, o atual presidente do Brasil teria empates técnicos com Tarcísio de Freitas (Republicanos) e com Michelle Bolsonaro (PL).
O quadro em que Lula tem a maior porcentagem de votos no primeiro turno, 48,7%, é contra Michelle (28,6%). Já no cenário que considera Tarcísio, Lula lidera com 48,4% dos votos, enquanto o republicano tem 32,5%.
Os votos de Lula nesse segundo cenário caíram frente à pesquisa divulgada em outubro deste ano — de 51,3% para 48,4%. Já a porcentagem de Tarcísio subiu de 30,4% para 32,5%.
Apesar de liderar no primeiro turno, o atual presidente do país empataria no limite da margem de erro — dois pontos percentuais, para cima ou para baixo — com Tarcísio e Michelle no segundo turno.
O levantamento ainda mostrou que a desaprovação do presidente Lula subiu desde a última pesquisa AtlasIntel — de 48,1% para 50,7%. Já a aprovação do petista caiu de 51,2% para 48,6%.
- LEIA MAIS EM: Eleições 2026: Lula lidera 1º turno e tem empate técnico com Tarcísio e Michelle no 2º, mostra pesquisa AtlasIntel
Além do cenário político, os fortes ganhos também são impulsionados por dados mais fracos da indústria e pelos “pesos-pesados” da bolsa, com destaque para o setor de commodities.
Do lado macroeconômico, a produção industrial registrou alta de 0,1% em outubro na comparação com o mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados mais cedo.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 0,5%.
Pesos-pesados ajudam
A Vale (VALE3) avança mais de 0,50% e figura como as ações mais negociadas da B3 após atualizar as projeções de produção, vendas e investimentos para os próximos anos.
Na avaliação do Itaú BBA, as projeções são “ligeiramente” positivas. Para o banco, a revisão dos números enfatiza o foco da nova gestão na alocação de capital, com redução das estimativas de despesas de capital (capex).
O minério de ferro também dá fôlego para VALE3. O contrato mais líquido da commodity, com vencimento em janeiro, fechou as negociações com avanço de 0,50%, a 800,50 yuans (US$ 113,19) a tonelada, na Bolsa de Dalian, na China.
Já Petrobras (PETR4) também tem desempenho positivo a despeito da desvalorização do petróleo Brent. Ontem (1º), presidente da petroleira, Magda Chambriard, anunciou a ampliação da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em parceria com o Porto de Suape. Segundo a executiva, a estatal já é responsável por 81% da movimentação do porto.
Na véspera, a Petrobras ainda informou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou um termo aditivo ao Acordo de Individualização da Produção (AIP) da Jazida Compartilhada de Tupi, na Bacia de Santos.
Os bancos, Vale e Petrobras juntos corresponde a 50% da carteira teórica do Ibovespa.
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E o dólar?
O dólar opera próximo da estabilidade ante as moedas globais, como euro e libra, no nível dos 99 pontos, com os investidores buscando pistas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e a expectativa de uma alta nas taxas do Japão.
Nos últimos dias, declarações dissonantes de diretores do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) elevaram as apostas de um novo corte os juros na próxima decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em dezembro. Hoje, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra 87,2% de chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Na véspera (1º), a probabilidade era de 86,4%.
O período de silêncio do Fed começou neste sábado (29) e a reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acontece entre os dias 9 e 10 de dezembro.
A política monetária do Japão continua no radar após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, afirmar que a autoridade monetária considerará “os prós e contras” de aumentar a taxa de juros na próxima decisão, em dezembro.
Por volta de 11h30 (horário de Brasília), o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,01%, aos 99,419 pontos.
Na comparação com o real, o dólar destoa do movimento externo, com fortalecimento do minério de ferro e fluxo de capital . No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,3432 (-0,30%).
Exterior
As bolsas de Wall Street operam em alta com a expectativa de corte nos juros pelo Fed e do anúncio de um novo presidente para o BC. No último domingo (20), o presidente Donald Trump afirmou que já escolheu quem será o próximo chair do BC mais poderoso do mundo.
“Eu sei quem vou escolher para comandar o Fed. Anunciarei isso em breve”, disse Trump a repórteres. O mandato de Jerome Powell encerra em maio do próximo ano e, até agora, o mais cotado para o cargo pelo mercado é Kevin Hassett, atual diretor do Conselho Econômico Nacional.
Por volta de 11h50 (horário de Brasília), na abertura do pregão, o S&P 500 subia 0,32%, aos 6.834,92 pontos; Dow Jones tinha alta de 0,07%, aos 47.317,50 pontos, e Nasdaq avançava 0,79%, aos 23.459,11 pontos.
Na Europa, os mercados operam em tom misto. O índice pan-europeu Stoxx 600 registrava alta de 0,06%, aos 575,62 pontos, no mesmo horário.
Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em tom positivo. O índice Nikkei, do Japão, fechou estável, aos 49.303,45 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 0,24%, aos 26.095,05 pontos.
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