Mercados

Ibovespa perde fôlego e fecha estável com realização de lucros

02 jul 2020, 17:17 - atualizado em 02 jul 2020, 17:59
Mercados - Ibovespa
O Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,03%, a 96.234,96 pontos. No melhor momento do dia, chegou a 97.864,16 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou praticamente estável nesta quinta-feira, com movimentos de realização de lucros prevalecendo sobre a repercussão positiva a dados melhores do que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,03%, a 96.234,96 pontos. No melhor momento do dia, chegou a 97.864,16 pontos. O volume financeiro somou 27 bilhões de reais.

Na visão do analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, as explicações para a perda de fôlego podem vir do gráfico, com os 98 mil pontos servindo de importante barreira para o mercado desde o mês passado.

Além disso, acrescentou, a equipe econômica revisou suas expectativas para o resultado fiscal do país este ano e prevê uma piora generalizada nas contas em razão dos esforços do governo para combater o coronavírus.

O ministério da Economia agora estima que o déficit primário do setor público consolidado será de 828,6 bilhões de reais em 2020, equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), numa piora frente ao patamar de 9,9% calculado antes.

Na visão do gestor de renda variável Gleidson Leite, da Western Asset no Brasil, porém, as ações brasileiras ainda têm um espaço de alta, embora menor, principalmente em razão do custo de oportunidade dada a condição do mercado de juros.

Além disso, destacou, diferentemente das discussões sobre fechamento de economias e seus impactos em abril e maio, desde o mês passado as questões agora são sobre a reabertura e a recuperação das economias no mundo e também no Brasil.

“Há uma mudança nas discussões para um modo de abertura, de recuperação, de retomada, o que é positivo sobre o sentimento dos investidores”, afirmou Leite, ressaltando ainda o ambiente global de significativos estímulos monetários e fiscais.

Em Wall Street, o S&P 500 subiu 0,45% após dados de emprego dos EUA fortalecerem a tese de recuperação rápida da economia norte-americana. Na sexta-feira, Nova York não abre em razão da antecipação do feriado do Dia da Independência.

Itaú Unibanco e Bradesco avançaram 1,72% 0,33%, reduzindo as altas em relação às máximas do dia (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

No Brasil, o noticiário ainda mostrou que a produção da indústria voltou a apresentar aumento em maio, embora ainda insuficiente para recuperar as perdas registradas em março e abril em razão dos efeitos do novo coronavírus.

Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que, a partir dos dados que se conhece até o momento, sendo que alguns têm grande defasagem, parece que o Brasil começou um retorno da economia em formato V.

Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) avançaram 1,72% 0,33%, reduzindo as altas em relação às máximas do dia. Banco do Brasil (BBAS3) mostrou elevação de 0,27% e Santander (SANB11) fechou em alta de 0,99%. BTG Pactual (BPAC11) 3,27%.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) subiram 1,61% e 1,25%, nessa ordem, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior. O Credit Suisse ainda reiterou recomendação ‘outperform’ para os ADRs da companhia e elevou o preço-alvo de 14 para 15 dólares.

Vale (VALE3) ganhou 1,74%, seguindo suas pares no exterior em meio a apostas mais positivas na retomada de economias. O Bradesco BBI reafirmou recomendação ‘outperform’ nas ações e elevou o preço-alvo a 85 reais. No setor de mineração e siderurgia, CSN (CSNA3) avançou 2,55%, seguida por Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5).

IRB (IRBR3) caiu 12,24%, ainda enfraquecida pelo anúncio de que fará um captação bilionária de recursos para repor provisões técnicas regulatórias fragilizadas por uma fraude contábil, enquanto reavalia desmobilizar alguns negócios fora da América Latina.

Via Varejo (VVAR3) cedeu 3,75%, seguida por B2W (BTOW3), em baixa de 3,65%, e Magazine Luiza (MGLU3), em queda de 3,04%. Os três papéis figuraram entre as quatro maiores altas do Ibovespa no segundo trimestre, apoiados no aumento das compras online em meio medidas de restrições de circulação por causa do Covid-19.

reuters@moneytimes.com.br