Mercados

Ibovespa recua com apreensão sobre cena fiscal no Brasil e economia dos EUA

20 ago 2020, 10:41 - atualizado em 20 ago 2020, 11:33
Ibovespa
Cena fiscal do Brasil  sob risco assusta investidores (Imagem: Reuters/Rahel Patrasso)

A bolsa paulista mostrava fortes perdas nesta quinta-feira, com o Ibovespa trabalhando abaixo de 100 mil pontos, reflexo de preocupações de agentes financeiros sobre o ambiente fiscal no Brasil e com a recuperação da economia norte-americana.

Às 11:05, o Ibovespa caía 1,13%, a 99.714,46 pontos. O volume financeiro era de 5,8 bilhões de reais.

Na véspera, o Senado derrubou o veto presidencial ao projeto sobre reajuste salarial a categorias do serviço público durante a pandemia de Covid-19, em votação que o ministro da Economia definiu como “péssimo sinal”.

A negativa presidencial ainda terá de passar por votação na Câmara dos Deputados prevista para esta quinta-feira.

No caso de a Câmara acompanhar a decisão dos senadores, “isso pode comprometer a economia de 130 bilhões de reais, que eram esperados pela equipe econômica”, destacou a equipe da CM Capital Markets.

No exterior, Wall Street tinha desempenho sem direção definida, após os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA voltarem a superar 1 milhão, um dia após o Federal Reserve sinalizar que a maior economia do mundo terá um árdua recuperação.

A visão mais pessimista do Fed também pressionava os pregões na Europa e os preços do petróleo, que ainda tinha no radar visão mais cautelosa sobre a recuperação da demanda pela Opep+.

Da temporada de resultados trimestrais de empresas no Brasil, a companhia de educação Cogna divulga resultado após o fechamento do mercado.

Destaques

Gol (GOLL4)  recuava 2,65%, em meio ao cenário ainda complicado para o setor por causa da pandemia de Covid-19, com a valorização do dólar em relação ao real também pressionando o papel. A companhia também teve rating reduzido pela Fitch na véspera. A rival Azul (AZUL4)  cedia 2,19%.

Itaú Unibanco (ITUB4) e  Bradesco (BBDC4) caíam 1,82% e 1,73%, respectivamente, afetados pela maior aversão a risco generalizada na bolsa e tendo ainda no radar aprovação em primeiro turno na Câmara Municipal de São Paulo de projeto que suspende benefício fiscal a empresas de leasing e de cartão de crédito.

Sabesp (SBSP3) cedia 2,54%, em meio a sinalizações confusas do governo paulista sobre o plano de reorganização societária da companhia de saneamento. Após o governador João Doria afirmar na véspera que tomou decisão para capitalizar a empresa, a Sabesp divulgou comunicado afirmando que não há decisão tomada ainda.

Petrobras (PETR3PETR4) mostrava queda de 2,05%, na esteira do forte declínio dos preços do petróleo no exterior.

Vale (VALE3) tinha variação positiva 0,11%, com o setor de mineração e siderurgia apresentando um desempenho misto. Usiminas (USIM5) valorizava-se 0,62%, mas Gerdau (GGBR4) caía 1,6% e CSN (CSNA3) perdia 0,81%.

Suzano (SUZB3) subia 2,92%, entre as poucas altas do Ibovespa, encontrando algum suporte na alta do dólar em relação ao real.  Klabin (KLBN11), por sua vez, tinha variação positiva de apenas 0,04%.

(Atualizada às 11h33)

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