3 gatilhos que fizeram Ibovespa disparar mais de 1% nesta terça-feira (23)
O Ibovespa vai para a ceia de Natal mais tranquilo, após disparar 1,39%, aos 160.332 pontos, nesta terça-feira. Na agenda do dia, não faltaram notícias para o mercado repercutir.
A começar pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de dezembro, que subiu menos do que o esperado.
Divulgado mais cedo, o IPCA-15 avançou 0,25% em dezembro, após alta de 0,20% no mês anterior. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses terminou o ano em 4,41%, ante 4,50% em novembro — abaixo do teto da meta contínua de 3,0% medida pelo IPCA, que tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
‘O dado aumenta o apetite por risco, beneficiando ações ligadas a varejo e consumo. Mesmo com a liquidez reduzida típica do fim de ano, o otimismo macro para 2026 e o cenário externo mais construtivo sustentam o movimento da sessão’, afirmou Isabella Hass, analista de mercado internacional da W1 Capital.
No exterior, o destaque ficou com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.
A economia norte-americana cresceu a uma taxa anualizada de 4,3% no último trimestre, segundo estimativa inicial divulgada nesta terça-feira pelo Escritório de Análise Econômica do Departamento de Comércio.
No segundo trimestre, o PIB havia avançado a um ritmo de 3,8%. Economistas consultados pela Reuters projetavam crescimento de 3,3%.
Fator Bolsonaro
Outro evento relevante, na prática, foi um não evento. Parte dos agentes aguardava a entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao site Metrópoles, programada para a manhã desta terça-feira, mas a conversa foi cancelada por questões de saúde, segundo informou o próprio portal.
‘O cancelamento foi interpretado como uma sinalização de incerteza em relação à candidatura de um dos filhos de Jair Bolsonaro à Presidência. A eventual candidatura de Flávio Bolsonaro aumentaria as chances de reeleição de Lula. Mas, hoje, fica mais claro que esse movimento talvez não esteja tão consolidado’, afirmou Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio fundador da Forum Investimentos.
Maiores altas e quedas
Entre as maiores altas do dia, com o fechamento da curva de juros e o aumento do apetite por risco, aparecem empresas mais ligadas à economia doméstica.
É o caso dos setores imobiliário, de concessões rodoviárias, varejo e locação de veículos, além dos bancos.
Nesse grupo, sobem ações como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3), Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3), entre outras.
Do lado negativo, o destaque fica para a Vale (VALE3), que passa por uma leve correção, e para a Suzano (SUZB3), pressionada pela queda do dólar.