Combustíveis

IFI: Combustíveis vão pressionar inflação e elevar rombo nas contas públicas em R$ 30 bi

16 mar 2022, 19:41 - atualizado em 16 mar 2022, 19:41
Combustíveis, inflação, selic
A inflação, que atingiu 1,01% em fevereiro, tem como principal fator de pressão o reajuste no preço dos combustíveis (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O déficit primário do governo deve ir de R$ 76,2 bilhões para R$ 108,1 bilhões, devido à guerra na Ucrânia e ao aumento no preço dos combustíveis.

É o que estima a Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), em relatório divulgado nesta quarta-feira (16).

A IFI também afirmou que a inflação deverá continuar alta.

O relatório de acompanhamento fiscal da instituição congrega, mensalmente, as principais análises e estimativas de conjuntura macroeconômica e orçamentária no Brasil.

Segundo a IFI, a principal causa do aumento do déficit é a implementação de medidas que diminuem a arrecadação de impostos, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada no início do mês pelo governo e a isenção do PIS/Cofins, válida até dezembro de 2022.

A redução do IPI deve causar uma perda de arrecadação de R$ 16,2 bilhões para a União, Estados e municípios.

Já a isenção do PIS/Cofins deve gerar um impacto fiscal de R$ 17,6 bilhões para o governo central.

A IFI também considera possíveis impactos do PL nº 1.472/2021, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe a criação de um auxílio emergencial de até R$ 3 bilhões para a atenuar os impactos sobre os preços finais ao consumidor de gasolina.

Inflação segue pressionada

Já a inflação, que atingiu 1,01% em fevereiro, maior taxa para um mês desde 2015, tem como principal fator de pressão o reajuste no preço dos combustíveis.

A Petrobras (PETR4) anunciou recentemente um reajuste de preços de 18,7% para a gasolina e 24,9% para o diesel, face a uma subida nos preços do petróleo no mercado internacional.

O estudo também considera o impacto do aumento da Selic em 1 ponto percentual, decidido pelo Banco Central nesta quarta.

“O risco calculado pelos agentes econômicos na curva a termo de juros vai pressionar o custo médio da dívida, piorando o cenário”, diz.

“A fragilidade do quadro fiscal e econômico exacerba-se em um contexto internacional adverso. Os maiores riscos estão concentrados na inflação e, consequentemente, nos juros. Sob o prisma fiscal, a resultante será o aumento da relação dívida/PIB”, conclui o relatório.

Estagiária
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
Linkedin
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.