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Indicadores econômicos da semana testam resiliência da atividade no Brasil e no exterior

30 jun 2025, 9:06 - atualizado em 30 jun 2025, 9:07
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Semana traz indicadores relevantes no Brasil e no exterior: indústria deve registrar a 1ª queda do ano, enquanto o Caged aponta manutenção no emprego. (Imagem: Getty Images/Canva)

A semana econômica será marcada por dados que testam a resiliência da atividade, tanto no Brasil quanto no exterior.

Por aqui, a produção industrial de maio deve apresentar a primeira retração do ano, em linha com a perda de fôlego da confiança e o aperto monetário ainda vigente.

No mercado de trabalho, os dados do Caged devem confirmar a manutenção de um cenário robusto, reforçando a perspectiva de juros elevados por mais tempo.

No setor externo, a balança comercial segue positiva, mas limitada por quedas nas exportações.

No cenário internacional, os EUA devem mostrar um mercado de trabalho ainda aquecido, enquanto a prévia da inflação da Zona do Euro indica pressões localizadas, o que pode levar o BCE a adotar uma postura mais cautelosa nos próximos passos de política monetária.

Confira as projeções dos indicadores para a semana

Produção industrial brasileira deve registrar a primeira queda mensal de 2025 em maio

Após quatro meses consecutivos de expansão, ainda que modesta, a produção industrial brasileira deve recuar cerca de 0,17% na passagem de abril para maio. Embora alguns indicadores sinalizem uma possível alta marginal, dados com forte correlação com o desempenho do setor sugerem retração. A desaceleração é compatível com o atual aperto monetário e a queda na confiança de empresários e consumidores nos primeiros meses do ano.

Perda de fôlego das exportações limita melhora do superávit comercial em junho

As estimativas preliminares de comércio exterior apontam para um superávit de aproximadamente US$ 6,3 bilhões em junho. Apesar de uma leve retração nas importações, coerente com a desaceleração da economia doméstica, o recuo nas exportações deve predominar, refletindo a fraqueza da demanda global, especialmente da Europa, e o ambiente persistente de tensões comerciais. Esse cenário restringe um avanço mais expressivo no saldo da balança em relação a maio.

Caged deve endossar mercado de trabalho aquecido em maio

A taxa de desocupação medida pela Pnad caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio — o menor nível histórico para o período. Neste contexto, espera-se a criação de cerca de 142 mil empregos formais em maio, número inferior ao de abril, mas acima do registrado no mesmo mês do ano anterior. A combinação de dados robustos do mercado de trabalho com a forte deflação do IGP-M pode favorecer o real, ao reforçar a perspectiva de manutenção da Selic em 15% por um período prolongado, além de reduzir riscos inflacionários à frente.

Mercado de trabalho americano deve continuar aquecido, refletindo os movimentos de antecipação às tarifas comerciais

Apesar de sinais pontuais de desaceleração, o mercado de trabalho dos EUA segue aquecido, em parte devido à antecipação de contratações diante da iminência de novas tarifas comerciais. A contração do PIB no primeiro trimestre parece ter sido temporária, refletindo ajustes no consumo, produção e importações. Modelos atualizados do Federal Reserve apontam para uma forte aceleração da atividade no segundo trimestre, com crescimento mais expressivo.

Inflação acima do esperado na França e Espanha pode gerar cautela do BCE

Dados preliminares de inflação na França e na Espanha vieram acima do esperado em junho, sugerindo uma possível surpresa altista na leitura agregada da Zona do Euro. Embora o bloco tenha mantido trajetória de desinflação nos últimos meses — o que sustentou o início do ciclo de corte de juros —, os números das duas maiores economias depois da Alemanha levantam dúvidas sobre a continuidade desse movimento. Apesar disso, o cenário-base para o BCE permanece inalterado, com decisões fortemente pautadas pelos dados. A expectativa de uma condução mais cautelosa, no entanto, pode continuar sustentando o euro.

Veja a agenda de indicadores entre 30 de junho a 04 de julho (horário de Brasília):

Segunda-feira, 30 de junho 

Horário País Indicador
21h30 (domingo) Japão Produção Industrial
22h30 (domingo) China PMI Composto e Industrial
3h Reino Unido PIB
08h25 Brasil Relatório Focus

Terça-feira, 01 de julho

Horário País Indicador
5h Zona do euro PMI Industrial
6h Zona do euro CPI
10h Brasil PMI Industrial
11h EUA PMI Industrial
11h EUA Jolts

Quarta-feira, 02 de julho

Horário País Indicador
6h Zona do euro taxa de desemprego
9h Brasil Produção Industrial
9h15 EUA Relatório ADP

Quinta-feira, 03 de julho

Horário País Indicador
5h Zona do euro PMI Composto
9h30 EUA Pedidos semanais de seguro-desemprego
9h30 EUA Payroll
10h Brasil PMI Composto e de Serviços

Sexta-feira, 04 de julho

Horário País Indicador
EUA Feriado
6h Zona do euro PPI
9h Brasil PPI
15h Brasil Balança comercial

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Consultor Econômico da plataforma Remessa Online
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica, mestre em Economia Política pela PUC-SP, professor e coordenador universitário do curso de Ciências Econômicas. É autor do livro O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico, que recebeu menção honrosa no Prêmio Brasil de Economia 2021 do Cofecon. Foi premiado pelo Banco Central nos anos de 2023 e 2024 por liderar o ranking anual Top 5 do Boletim Focus na categoria de projeções da taxa de desocupação da PNAD Contínua.
andre.galhardo@autor.www.moneytimes.com.br
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica, mestre em Economia Política pela PUC-SP, professor e coordenador universitário do curso de Ciências Econômicas. É autor do livro O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico, que recebeu menção honrosa no Prêmio Brasil de Economia 2021 do Cofecon. Foi premiado pelo Banco Central nos anos de 2023 e 2024 por liderar o ranking anual Top 5 do Boletim Focus na categoria de projeções da taxa de desocupação da PNAD Contínua.
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