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Inter (INBR32) no 2T23: Controle da inadimplência faz fintech atingir ‘número mágico’ e ações disparam

14 ago 2023, 13:26 - atualizado em 14 ago 2023, 13:26
Inter Resultados
O Banco Inter reportou resultados no pre market desta segunda-feira. E os mercados adoraram. (Imagem: Inter/Facebook)

O Inter (INTR;INBR32) divulgou as receitas e lucros referentes ao segundo trimestre do ano antes da abertura do mercado.

Após superar as estimativas para Ebtida, que mede o resultado operacional e lucro líquido em larga margem, as ações do Inter começaram os negócios com uma alta de mais de 8% na Nasdaq. O papel da fintech é cotado a US$ 3,94; no ano, o avanço do papel é de 75%.

Segundo Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, esforços de eficiência e foco em produtos e linhas de negócio rentáveis compensaram.

A analista detalha que a carteira de crédito bruta do banco atingiu R$ 27 bilhões, com crescimento trimestral de 5%.

Nesse sentido, os destaques principais ficaram por conta da linha de FGTS e do home equity (linha de empréstimo em que se coloca o próprio imóvel ou de terceiros como garantia) que cresceram, respectivamente, 26% e 9% na base trimestral.

” Os números refletem a priorização do Inter por modalidades de maior retorno sobre investimento (ROE)”, conclui Larissa Quaresma.

O resultado da tesouraria foi positivo em R$ 343 milhões, queda de 8% na comparação trimestral. Já a receita de serviços, de R$ 348 milhões, expandiu-se 11% trimestralmente e 10% anualmente, principalmente em função das maiores receitas de cartões e tarifas bancárias.

Banco Inter: Domando fera da inadimplência

Por outro lado, a inadimplência, que foi a grande vilã do balanço anterior, assustou menos desta vez. “O índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias subiu 0,2 ponto porcentual. Sequencialmente, para 4,9% da carteira de crédito, o que ainda reflete as safras de cartão de crédito antigas”, explica Quaresma.

A despesa total de inadimplência foi quase R$ 400 milhões, crescimento sequencial de 14%. Isso significou uma expansão da despesa abaixo da margem com clientes (o quanto o banco ganha com juros, descontado do custo de captação), que cresceu 35% trimestralmente a partir de esforços de reprecificação.

“A margem com clientes líquida da inadimplência, na nossa estimativa, ficou em R$ 60 milhões, contra um valor negativo no trimestre anterior”, comenta a analista da Empiricus Research.

Índice de eficiência é o grande destaque

No trimestre, o controle da inadimplência abriu o caminho para o grande destaque positivo do laranjinha para o trimestre: uma melhora substancial na eficiência da operação.

O índice de eficiência, que relaciona as despesas operacionais com a receita total, ficou em 53% no trimestre, contra 9 p.p no trimestre anterior.

Atingindo 0s 53%, o Inter passa a transitar operacionalmente já dentro de, ao menos, um dos objetivos do plano “60-30-30” divulgado no início do ano. Através dele, o banco digital pretende alcançar 60 milhões de clientes até 2027, bem como índice de eficiência e ROE em 30%.

“No todo, consideramos que a operação de Inter melhorou substancialmente, com mais racionalidade na concessão de crédito, escolha de projetos e, consequentemente, ganho de eficiência”, arremata Quaresma.

Tudo posto, o lucro antes dos impostos foi de R$ 80 milhões, com lucro líquido de R$ 64 milhões e ROE anualizado de 3,6%.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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