Inter: Itaú BBA eleva preço-alvo e vê novo impulso de lucro à frente

O Itaú BBA elevou o preço-alvo das ações do Inter (INBR32; INTR) de US$ 9 para US$ 11 ao final de 2026 e reiterou a recomendação de compra. O novo valor implica potencial de valorização de 23,5%, considerando o fechamento do papel a US$ 8,90 no pregão de ontem.
Segundo o relatório, o banco digital avançou de um cenário de prejuízo para quase atingir um ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 15%. Entre as iniciativas-chave adotadas pelo Inter para elevar o retorno sobre o patrimônio acima de 20%, o destaque vai para a melhoria do produto de cartão de crédito, que ainda apresenta baixa rentabilidade e penetração limitada.
“Os cartões de crédito têm sido o principal fator de arrasto dos retornos do Inter nos últimos anos. A carteira representa cerca de 30% do saldo total de crédito, de R$ 40 bilhões, e 28% das receitas de juros, mas responde por 80% das provisões”, apontam os analistas do BBA.
Apesar da relevância, o cartão de crédito nunca foi uma operação lucrativa de forma independente, ainda exibindo receita bruta de juros negativa após provisões.
“O Inter vem reformulando o produto ao longo do último ano e deve estar prestes a iniciar a fase de maturação”, avaliam. “A instituição busca reduzir o peso do crédito rotativo e ampliar o crédito parcelado por meio de novas funcionalidades via Pix e melhorias na comunicação com os clientes. Se bem-sucedido, o banco pode melhorar significativamente a rentabilidade dessa vertical, tanto em receitas quanto em provisões.”
Com a lucratividade dos cartões, o BBA prevê maior penetração por cliente e aumento do saldo por cartão, fortalecendo um ciclo virtuoso de rentabilidade e engajamento. Nos modelos do banco, os cartões devem representar 35% do saldo total de crédito até 2030.
Além dos cartões, o novo produto de crédito consignado privado no Brasil desponta como outro vetor relevante para as margens financeiras (NIMs) e o ROE do Inter. O banco tem se mostrado um dos players mais ativos desde o lançamento e deve encerrar o terceiro trimestre de 2025 com uma carteira entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão, com taxas médias de 3,7% ao mês.
“Nossas simulações indicam que esse produto pode gerar de R$ 110 milhões a R$ 220 milhões em lucros em 2026, com ROEs entre 30% e 60%. Isso deve mais do que compensar os limites impostos recentemente aos empréstimos com garantia do FGTS, abrindo uma nova avenida de crescimento para os próximos anos”, conclui o relatório.