Market Makers

Investir em Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) agora pode ser ‘loucura’, diz gestor

07 out 2022, 12:08 - atualizado em 07 out 2022, 12:26

Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) vêm em ritmo de alta constante na Bolsa desde que o Banco Central sinalizou fim do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic.

Mesmo com o avanço expressivo das ações, as duas empresas ainda não estão no radar da RPS Capital, segundo o gestor Paolo Di Sora – convidado do 15º episódio do Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago.

“Loucura master é Magalu, Americanas e Via. São empresas mais alavancadas, têm dívidas mais altas. Você não vê geração de caixa no curto prazo”, discorre.

Ele afirma que, para comprar ações das três grandes varejistas, precisa haver mais otimismo com o setor e com a economia. “Tem muita concorrência rolando no e-commerce brasileiro”, destaca.

Em sua visão, o momento de investir nessas companhias, que são mais expostas ao consumo de classes mais baixas, não chegou.

“Precisa estar muito pujante para todo mundo (empresas de varejo) conseguir o seu lugar e passar para o outro lado da ponte”, coloca.

“Não estamos falando de boom de consumo no Brasil. Estamos falando da margem um pouco melhor. Dadas as incertezas, principalmente lá fora, é preciso privilegiar a qualidade”.

Veja o episódio na íntegra:

Empresas na carteira

Di Sora dá preferência para varejistas voltadas para o consumo de alta renda, como Track & Field (TFCO4) e Soma (SOMA3).

O gestor também olha com atenção construtoras. Ele cita Direcional (DIRR3), Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Cury (CURY3).

A aposta do gestor é em uma queda dos juros no Brasil para o ano que vem, o que beneficia essas companhias.

“Temos uma carteira bem diversificada, com empresas que têm mais sensibilidade à taxa de juros, com um beta doméstico”, completa.

Selic pode subir

Já o professor do Insper Roberto Dumas, que também participou do episódio, diz que a possibilidade de Selic acima de 13,75% não está totalmente descartada.

“Você está no momento em que a Selic subiu para 13,75%. O mercado está comprando que começará a abaixar em junho do próximo ano. Precisa tomar cuidado”, alerta.

O acadêmico lembra que a taxa de desemprego está em 8,9% e diz que o desemprego natural do Brasil é entre 8,2% e 8,9%.

‘Então, depende de quem ganha (a eleição para a presidência do Brasil). Se [o governo] quiser abrir as portas da esperança com banco públicos e aumentar o crédito, o desemprego pode cair muito rápido e a Selic pode voltar a subir”.

Veja o episódio na íntegra:

Cenário externo ‘péssimo’

Di Sora diz que o mundo vive um péssimo momento e que isso, de alguma forma, pode respingar no Brasil.

Ele lembra que enquanto os Estados Unidos e a Europa se aproximam de uma recessão, a China mostra sinais de fraqueza.

“Nós não somos uma ilha e estamos vivendo um dos momentos mais desafiadores da história. Vai aparecer um corpo estendido no próximo mês. Bateu na trave na Inglaterra“, afirma.

“Fala-se em grande bancos europeus com problema de solvência, momento muito importante do dólar. Isso mexeu nas moedas globais, isso está suscitando os tesouros globais a fazerem movimentos. O tabuleiro está desorganizado”.

Ele projeta uma taxa de juros nos Estados Unidos de 5%, o que provocaria uma desaceleração de dois pontos percentuais no PIB do país, segundo o gestor.

“Terá que criar uma política de desemprego lá, para desinflacionar o desemprego e também o mercado de serviços”, argumenta.” Vem recessão nos Estados Unidos. Porém, dá para organizá-la para não ser caótica”.

Veja o episódio na íntegra:

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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