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IOF no varejo: JP Morgan avalia impacto e vê principais riscos para o Magazine Luiza (MGLU3)

23 maio 2025, 17:03 - atualizado em 23 maio 2025, 17:03
magazine luiza
JP Morgan avalia riscos das mudanças no IOF para o varejo brasileiro (Imagem: Divulgação)

O governo federal mexeu com os ânimos do mercado ao anunciar, na quinta-feira (22), mudanças no IOF para crédito de empresas, previdência e operações de câmbio. No que se refere ao varejo brasileiro, o JP Morgan avalia que as principais implicações envolvem transações de financiamento de fornecedores, usadas para financiar capital de giro.

A equipe de analistas liderada por Joseph Giordano pondera que as transações de curto prazo (inferiores a um ano) serão tributadas em 0,95% + 0,0082% ao dia, com um máximo de 3,95% ao ano. Apesar disso, muitas das transações são originadas pelos fornecedores da empresa, que arcam com os custos relacionados a elas.

Dessa maneira, o banco coloca que essas transações não impactam diretamente as demonstrações de resultados das empresas nas despesas financeiras.

“Pelo nosso entendimento, as operações de antecipação de recebíveis (prática muito usada no setor) não estão sendo afetadas e permanecem como de costume, enquanto potenciais mudanças na tributação dessa linha são um grande temor para os investidores”, dizem os analistas.

Para o JP Morgan, o real impacto nos resultados dos varejistas dependerá do quanto será repassado pelos fornecedores e do que será absorvido pela própria empresa, já que isso pode afetar as vendas, tendo em vista o impacto no preço aos consumidores.

“Embora as medidas possam não impactar as demonstrações de resultados dos varejistas de imediato, nossa visão é que as pressões crescentes sobre seus fornecedores devem se escalar pela cadeia, atingindo os varejistas com custos potencialmente mais altos ou prazos de pagamento mais curtos, e os consumidores finais com preços mais elevados”.

As varejistas em risco pelo IOF

O banco gringo estimou os potenciais impactos nas varejistas brasileiras sob o cenário mais conservador, ou seja, assumindo que a empresa absorveria o ônus total do impacto do IOF.

Ainda que os analistas vejam esse como um cenário improvável, eles entendem que essa visão oferece uma boa imagem das cadeias e empresas que terão que se equilibrar mais (isto é, ajustar as operações) para compensar os impactos.

Assim, a lista considera ordem decrescente em termos de magnitude de financiamento de fornecedores.

Do ponto de vista do capital de giro, os principais riscos são para a Magazine Luiza (recomendação de venda), seguida por Hypera (recomendação de venda) e Vivara (recomendação de venda).

Pensando no impacto potencial no lucro líquido de 2025, o banco estima que os mais impactados seriam Magazine Luiza, Assaí (recomendação neutra) e Natura&Co (recomendação neutra).

“Ainda assim, ao considerar os potenciais aumentos de preço necessários para compensar o ônus potencial em um cenário conservador e o risco incremental de capital de giro (como pecentual das vendas) para a maioria das empresas, vemos que, na maioria dos casos, o mercado está reagindo exageradamente ao anúncio”, diz o JP Morgan.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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