Economia

IPCA-15 volta a acelerar em junho com planos de saúde e permanece acima de 12% em 12 meses

24 jun 2022, 9:06 - atualizado em 24 jun 2022, 9:48
Dinheiro, Real
Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,62 por cento para o período (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A alta do IPCA-15 voltou a acelerar em junho e ficou acima do esperado sob o peso do reajuste dos planos de saúde, com a taxa acumulada em 12 meses permanecendo acima de 12%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,69 por cento em junho, sobre alta de 0,59 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado mensal da prévia da inflação brasileira ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,62%.

O resultado levou o índice a acumular em 12 meses inflação de 12,04%, ainda quase 2,5 vezes o teto da meta oficial para a inflação este ano, que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA –já abandonada pelo Banco Central.

A leitura para o dado em 12 meses também ficou acima da expectativa, de um avanço de 11,98%.

O reajuste de até 15,5% dos planos de saúde acabou apagando o alívio proporcionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária verde para as contas de energia.

Em junho, os custos dos planos de saúde saltaram 2,99%, exercendo o maior impacto individual sobre o IPCA-15 do mês e levando o grupo Saúde e cuidados pessoais a um avanço de 1,27% no mês.

Por outro lado, a alta dos preços do grupo Transportes desacelerou a 0,84% em junho, contra 1,80% em maio, graças à queda de 0,55% nos combustíveis, após avanço de 2,05% no mês anterior.

De acordo com o IBGE, embora o óleo diesel tenha subido 2,83%, o etanol e a gasolina caíram 4,41% e 0,27%, respectivamente.

Também tiveram queda os preços da energia elétrica, de 0,68%, devido à entrada em vigor a partir de 16 de abril, da bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.

Ainda assim, o grupo Habitação deixou para trás a deflação de 3,85% de maio e passou a subir 0,66% em junho, puxado pelo aumento de 4,29% da taxa de água e esgoto.

A alta do grupo Alimentação e bebidas desacelerou a 0,25% em junho, contra 1,52% em maio, com os preços dos alimentos para consumo no domicílio apresentando variação positiva de 0,08%.

O Banco Central segue em sua batalha contra a inflação e na semana passada elevou a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, seguindo a indicação de que reduziria a intensidade de seu ciclo de aperto monetário, mas disse que antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, na reunião de agosto.

As mais recentes projeções do BC apontam para um IPCA de 8,8% ao final deste ano e de 4,0% em 2023, com a autoridade monetária já sinalizando que tentará levar a inflação a um patamar em torno da meta, não exatamente em cima do alvo.

A política monetária do BC está atualmente focada na inflação de 2023, e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, afirmou que, a partir de agosto, 2024 também entrará no chamado horizonte relevante do Banco Central.

(Atuaizada às 9:47)

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