Inflação

IPCA dentro da meta em 2023 é alívio, mas piora em dezembro amarga expectativas de cortes na Selic

11 jan 2024, 14:32 - atualizado em 11 jan 2024, 14:32
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IPCA, inflação oficial do Brasil, subiu 0,56% em dezembro e 4,62% em 2023 (Imagem: Getty Images)

A inflação fechou 2023 dentro do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — de 4,75% –, apesar da aceleração acima do projetado em dezembro. Essa é a primeira vez que a meta foi cumprida desde 2020.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% no mês e 4,62% no ano.

O que pressionou a alta na última leitura de 2023 foi a inflação de alimentos — a alimentação no domicílio, por exemplo, saltou 1,34%. Segundo Andre Fernandes, chefe de renda variável da A7 Capital, trata-se de um reflexo dos problemas climáticos, que impactaram a produção e encareceram os produtos.

Os alimentos in natura encerraram o ano em 4,72%. Já o grupo alimentação no domicílio apresentou deflação de 0,52%, influenciado pelas carnes bovina que fecharam 2023 com deflação de 9,4%.

Outro destaque altista do mês veio de artigos de residência e aparelhos eletrônicos, que devolveram os descontos da Black Friday mais rápido que o esperado.

A estrategista da Warren Investimentos, Andréa Angelo, afirma que esse grupo é parte importante da inflação de bens, que encerrou o ano em 1,1% — ante 9,5% em 2022. “Neste sentido, preços livres mostraram importante desinflação em relação a 2022, de 9,4% para 3,7%”, diz.

Já do lado positivo em dezembro, ficaram os segmentos de transportes e hospedagem, que viram uma desaceleração.

Pior no IPCA quebra chances de corte maiores na Selic

A estrategista da Warren afirma que, em dezembro, o número de serviço subjacente ficou acima do teto das estimativas do mercado.

Na mesma direção, a inflação subjacente encerrou o ano em velocidade maior e acelerando na margem. “Olhando a variação mensal, evidenciou uma figura muito diferente do que aconteceu no final de 2022”, ressalta Angelo.

A inflação de serviços encerrou o ano em 6,22% e a subjacente em 4,82%.

“Esta avaliação de um momento pior de inflação subjacente esta em acordo com a expectativa da Warren de que o passo de queda da taxa Selic permaneça em 0,5 ponto percentual e encerre o ciclo de afrouxamento monetário em 9%”, diz.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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