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IRB (IRBR3) desaba 14% em 4 dias e chega ao pior patamar desde IPO; o que fazer agora?

27 jun 2022, 18:41 - atualizado em 27 jun 2022, 23:41
IRB
Essa é a mínima histórica desde que a empresa chegou à Bolsa, em 2017 (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Pela quarta sessão consecutiva, o IRB (IRBR3) fechou o dia no vermelho e figurou entre as maiores perdas do Ibovespa. O papel da reseguradora caiu 5,35% e acumula queda de 14% desde do dia 22 de junho, quando divulgou mais um prejuízo.

Essa é a mínima histórica desde que a empresa chegou à Bolsa, em 2017.

O analista da Vitreo, Filipe Fradinho, lembra que a ação vinha testando patamares de quedas muito fortes nos últimos dias. De acordo com ele, o tombo está relacionada à continuação da tendência negativa do papel.

No ano, IRB encolheu 42,79%.

O IRB teve prejuízo líquido de R$ 92,7 em abril, e acumulou desempenho negativo de R$ 12,2 milhões nos primeiros quatro meses de 2022, ante lucro líquido de R$ 1,9 milhão no mesmo período do ano anterior.

Segundo a Genial, os dados foram pressionados pela sinistralidade, em especial no segmento de agro, atingindo 103,1% no mês. “Os prêmios caíram 29,7% na comparação anual, com redução de 7,2% no Brasil e 49% no exterior”, explica.

O que fazer com ação do IRB?

Para a Genial, o melhor a fazer nesse momento é ficar de fora da ação.

Segundo a corretora, os principais pontos negativos da empresa são:

  • Potencial necessidade de levantar capital com constantes prejuízos;
  • Expectativa de continuidade da alta sinistralidade do seguro rural no 2T;
  • Impacto da cauda de contratos descontinuados na sinistralidade até 2023,
  • Dificuldade de crescer prêmios, mesmo no Brasil, onde a companhia está focando.

A Nexgen Capital também reforçou cautela frente ao IRB. “Seguimos monitorando a companhia, mas não temos tomado posições [compra] nessas ações”, avalia Waldir Morgado, sócio da assessora de investimentos.

Para Gustavo Pazos, analista da Warren, o momento do empresa é consequência de uma crise mais profunda, já que a empresa enfrenta uma desconfiança do mercado desde 2019, quando foi investigada por fraude.

“A companhia precisou queimar caixa para recuperar o interesse dos investidores em comprar seus papéis, e isso fez com que as reservas da empresa se esgotassem”, explica Pazos.

Na visão do especialista, a empresa vive um ciclo vicioso, com necessidade de antecipar contas para recuperar a credibilidade com o mercado, gerando uma queima excessiva de caixa, impedindo-a de gerar mais receita.

De acordo com o consenso do mercado da Reuters, de sete analistas, quatro possuem recomendação de venda, três de neutralidade e nenhum de compra. O preço-alvo médio é de R$ 3,28.

Maiores altas do Ibovespa

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) foram negociadas em forte alta nesta segunda-feira (27), dando suporte ao Ibovespa, que retomou o patamar de 100 mil pontos.

Três eventos explicam o movimento da companhia na Bolsa hoje: além da alta do petróleo, os mercados repercutem a aprovação de Caio Paes de Andrade pelo conselho de administração para o comando da empresa e a retomada de cobertura da ação por parte do Itaú BBA com recomendação de “outperform“.

De acordo com os analistas da instituição, os bons fundamentos da companhia, combinados com os atuais níveis de preço do petróleo e volumes de produção crescentes, devem resultar em geração de fluxo de caixa “forte demais para ser ignorada”.

Além disso, o valuation atual da Petrobras está atraente e pode acomodar até mesmo cenários extremos. A ação é negociada a 2 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2022 e 2,1 vezes para 2023.

Veja as maiores altas.

Empresa Ticker Alta
Petrobras PETR4 6,75%
Petrobras PETR3 6,43%
3R Petroleum RRRP3 6,41%
Eneva ENEV3 5,78%
PetroRio PRIO3 5,29%

Veja as maiores quedas

Empresa Ticker Queda
Méliuz CASH3 5,56%
IRB IRBR3 5,35%
Azul AZUL4 5,33%
CVC CVCB3 4,70%
Gol GOLL4 4,00%

Com Diana Cheng e Iasmin Paiva

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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