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IRB (IRBR3): Inter corta preço-alvo a R$ 2 e posterga recuperação para 2023; ações renovam mínimas

29 ago 2022, 18:46 - atualizado em 29 ago 2022, 18:46
IRB
Com a oferta saindo a R$ 0,67 por ação, o preço-alvo de R$ 2 seria reduzido para R$ 0,80, avalia Inter (Imagem: Divulgação/ IRB)

O Inter cortou o preço-alvo da ação do IRB (IRBR3) para R$ 2, de R$ 3 anteriormente. A recomendação foi mantida em “neutra”, com a expectativa de virada nos resultados somente para 2023.

Matheus Amaral, analista que assina o relatório publicado neste domingo (28), explica que, embora esteja reportando menores índices de sinistralidade e melhores margens de underwriting (efeitos da reestruturação), o IRB foi surpreendido no segundo trimestre do ano por uma causa atípica no segmento do agronegócio, que, por conta de efeitos climáticos, reportou sinistralidade maior no período.

O IRB acabou apresentando prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões entre abril e junho de 2022, alta de 80% em relação ao montante negativo do mesmo período de 2021.

“Apesar do efeito atípico no primeiro semestre de 2022, esperamos para 2023 uma expectativa de virada no resultado na companhia, que já deverá contar com menores efeitos de contratos não-rentáveis e uma sinistralidade normalizada (já que os efeitos atípicos no rural foram por conta do período de seca vivenciado em 2021), além, claro, de um ramo de vida normalizado, com a vacinação controlando os óbitos por Covid-19”, afirma Amaral.

O analista destaca, no entanto, que o segmento ressegurador costuma apresentar menores margens que o segurador, dada a alta sinistralidade. Além disso, a situação de lucratividade continua sensível, o que explica a cautela do Inter com a ação – pelo menos até a companhia mostrar resultados mais consistentes, com melhores indicadores operacionais.

Follow-on

Como o mercado já esperava, o IRB lançou na semana passada uma oferta pública subsequente de distribuição primária de ações, com esforços restritos de distribuição.

A operação chega para fazer frente à adequação regulatória junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep), após os resultados do segundo trimestre mostrarem solvência abaixo do mínimo regulatório.

O montante total da oferta, com base no preço de R$ 2,01 por ação, seria de R$ 1,19 bilhão – valor que pode variar para mais ou para menos conforme conclusão do procedimento de bookbuilding.

A quantidade de ações inicialmente ofertada, de 597.014.925 novos papéis, poderá ser acrescida em até 200% – ou seja, até 1.194.029.850 papéis -, totalizando 1.791.044.775 novas ações.

A emissão de ações adicionais poderá ocorrer caso haja excesso de demanda a um preço por ação inferior ao preço por ação indicado, “mas sempre de maneira que o aumento de capital social observe o limite de R$ 1,2 bilhão“, destacou a companhia, em fato relevante.

Na avaliação do Inter, a emissão pode trazer a solvência do IRB a níveis “levemente acima do mínimo obrigatório”, o que deve suportar as operações e o crescimento da companhia.

Ainda assim, a instituição reforça que o preço de R$ 2,01 por ação não é indicativo do preço da oferta.

“Caso haja maior demanda e a emissão do lote adicional, respeitando o limite de R$ 1,2 bilhão, o valor unitário da oferta pode sair a R$ 0,67 por ação, um desconto de 65% do seu preço de fechamento do dia 26 de agosto (R$ 1,97)”, diz Amaral.

O Inter realizou um teste de cenário de acordo com a possível precificação e a quantidade de ações a serem emitidas pela resseguradora e chegou à conclusão de que, com a oferta saindo a R$ 0,67 por ação, o preço-alvo de R$ 2 seria reduzido para R$ 0,80.

Com o preço da oferta saindo a R$ 2,01, o preço-alvo estipulado pelo Inter seria de R$ 1,40.

A precificação da oferta ocorrerá nesta quinta (1º).

As ações do IRB renovaram mínima histórica nesta segunda (29), fechando em queda de 5,58%, a R$ 1,86, tendo atingido R$ 1,85 na maior baixa do dia até o momento.

Analistas no JPMorgan reiteraram recomendação “underweight”. Eles afirmam esperar que o preço da ação se ajuste em meio à oferta.

O JPMorgan destaca, no entanto, que “a combinação de um potencial aumento de capital bem-sucedido e a recuperação de lucros pode ser um gatilho pós-oferta positivo, especialmente para a base de investidores de varejo”.

Com informações da Reuters.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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