Opinião

Ivan Sant’Anna: O Atentado em Juiz de Fora contra Bolsonaro

06 set 2018, 20:42 - atualizado em 06 set 2018, 22:01

Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

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Por volta das 15h40 desta quinta-feira, durante uma passeata no Centro da cidade mineira de Juiz de Fora, o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, que era carregado nos ombros por militantes, foi esfaqueado por um fanático, Adelio Bispo de Oliveira.

O último boletim emitido pela Santa Casa de Misericórdia local, onde Bolsonaro foi atendido, dá conta, por volta das 19h, de que o quadro de saúde dele é estável.

O mercado financeiro e a facada em Bolsonaro

Atentados assim são comuns no Brasil, mas costumam se limitar a eleições municipais em cidades pequenas.

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Nas campanhas para a Presidência da República não me lembro de nada parecido, embora tenha havido uma tentativa de assassinar o presidente Prudente de Moraes em 5 de novembro de 1897, em um episódio em que morreu seu ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt.

Evidentemente um ataque como esse pode mudar completamente o resultado de uma eleição, principalmente quando a vítima não resiste aos ferimentos.

Foi o caso de Bob Kennedy, nos Estados Unidos, morto a tiros pelo palestino Sirhan Bishara Sirhan, na noite de 5 de junho de 1968, no hotel Ambassador, em Los Angeles.

Cinco anos após o assassinato de seu irmão, o presidente John Kennedy, Bob era franco favorito para ser o candidato democrata nas eleições daquele ano.

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Motivos não faltavam para Benazir Bhutto, candidata à chefia de Governo do Paquistão, cargo que já exercera anteriormente por duas vezes, não se expor à sanha de assassinos.

Em 18 de outubro de 2007, data de sua chegada a Karachi, proveniente de Dubai, para iniciar sua campanha, a carreata de Benazir sofreu um atentado à bomba que deixou 180 mortos.

Isso não impediu que a candidata, após um comício na cidade de Rawalpindi, em 27 de dezembro do mesmo ano, se expusesse no teto solar de seu carro para acenar para a multidão. Foi o suficiente para ser morta por tiros e estilhaços de granada.

Na América do Sul, mais precisamente na Colômbia, no dia 18 de agosto de 1989 o jornalista e político Luis Carlos Galán, candidato à Presidência da República nas eleições de 1990, foi assassinado a mando de Pablo Escobar.

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A plataforma de campanha de Galán era justamente um combate sem trégua aos cartéis das drogas.

Passadas pouco mais de três horas do atentado a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, tudo indica que ele irá sobreviver, embora fique fora de combate por algum tempo.

Isso poderá mudar totalmente a tendência do eleitor do segundo turno, onde Bolsonaro já tinha vaga cativa.

A facada que perfurou o deputado atingiu em cheio outros quatro candidatos: Fernando Haddad, do PT, Geraldo Alckmin (que conduzia sua campanha com ataques a Bolsonaro), Ciro Gomes e Marina Silva, ou seja, os potenciais adversários do capitão no 2º turno.

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Assassinatos, ou tentativas de assassinatos, não faziam parte da história das eleições brasileiras. Agora parece que o quadro mudou.

Era só o que faltava para o país.

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opiniao@moneytimes.com.br