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Jalles Machado (JALL3): Hedge, Petrobras (PETR4), açúcar e etanol; que esperar da safra 24/25, segundo CFO

11 abr 2024, 15:28 - atualizado em 11 abr 2024, 16:22
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CFO destaca o mix mais açúcareiro para a Jalles Machado neste novo ciclo, assim como uma melhora nos preços fixados da commodity (Foto: Divulgação)

Apesar de reportar seus resultados referentes ao quarto trimestre da safra 2023/2024 (4T24) apenas no dia 19 de junho, a Jalles Machado (JALL3) já deu seu pontapé inicial para a safra 2024/2025 de cana-de-açúcar.

Sobre o tema, conversamos com Rodrigo Penna de Siqueira, CFO da Jalles, e que também falou conosco após a companhia divulgar seus resultados referentes ao segundo trimestre da safra 2023/2024 (2T24).

A empresa viu seu valor de mercado crescer 8,29% no ano passado, segundo o TradeMap.

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Hedge, açúcar e crescimento para Jalles Machado

Siqueira projeta uma safra mais positiva, em comparação com o ciclo 23/24, por conta das condições mais favoráveis para a companhia, principalmente pelo que foi visto no Centro-Oeste no ano passado, com melhora das chuvas na entressafra, o que contribuiu para o desenvolvimento da cana-de-açúcar.

“Estamos numa rampa de crescimento, com um forte crescimento nas nossas unidade de Goiás e Minas Gerais. Devemos chegar em 9 milhões de toneladas até 2026, com a compra da usina Santa Vitória (localizada no Triângulo Mineiro) e o crescimento anunciado no nosso IPO. Vamos moer mais que o ano passado. No ano passado, fizemos 37,5% de mix de açúcar, e quando os preços dispararam, decidimos por fazer um investimento em uma fábrica de açúcar em Santa Vitória, já que lá só fazíamos etanol, além de elevarmos o mix em Otávio Lage, aqui em Goiás”, explica.



Siqueira enfatiza que a empresa está saindo de uma capacidade de produção de açúcar de 380 mil toneladas para 617 mil toneladas.

“Neste novo ciclo, devemos ter um mix de até 55%. O nosso preço fixado na safra passada, quando entramos no ciclo, tínhamos um preço fixado em R$ 1951 por tonelada, para 2024/2025 fomos para R$ 2542 e em 25/26 cerca de R$ 2421, um aumento de 30% em média neste novo ciclo”, avalia.

Segundo o CFO, 85% da capacidade da empresa para produção de açúcar no ciclo 24/25 já tiveram seus preços fixados.

“Não fazemos 100%, já que separamos 10% que são direcionados ao pagamento dos donos da terra que temos parceria e 5% caso haja algum impacto do clima. No ciclo 25/26, já temos 73% dessa disponibilidade para o açúcar já fixada”, discorre.

O etanol no ciclo 24/25 e o impacto da Petrobras

De acordo com a CFO da Jalles Machado, a safra começou com um consumo bem elevado de etanol, diferente do que ocorreu no começo do último ciclo.

Ainda assim, ele ressalta que a oferta de etanol hidratado neste ciclo será menor que a da última safra, o que deve ajudar a paridade do biocombustível frente à gasolina, com melhores preços médios para o etanol.

“Na safra passada, a paridade estava elevada, com baixo consumo. Quando em junho-julho essa paridade começou a baixar, para elevar o consumo, o consumidor demorou a ‘virar a chave’ para consumir mais etanol”, diz.

Siqueira vê com bons olhos o aumento de etanol anidro na gasolina, que hoje está em 27%, mas deve passar para 30%, com possibilidade para chegar até 35%, conforme aprovação do PL do Combustível do Futuro.

A maior preocupação para Jalles parece atrelada ainda aos preços do etanol, já que apesar do melhor cenário, em muitos momentos do último ciclo, o preço do biocombustível ficou abaixo do custo.

“Mesmo com esse melhor cenário atual para os preços, poderíamos ver valores ainda melhores, pensando que neste momento há uma defasagem na gasolina que a Petrobras (PETR4) vende nas refinarias. Se a gasolina estivesse no seu preço de mercado, o etanol estaria mais alto, mantendo sua competitividade nos postos. Essa interferência do Governo nos preços não é boa para o mercado”, pontua.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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