Internacional

Japão intervém no câmbio para conter queda do iene após banco central manter juro super baixo

22 set 2022, 7:37 - atualizado em 22 set 2022, 7:37
Sede do BC do Japão em Tóquio
O presidente do BOJ, Haruhiko Kuroda, disse a repórteres que o banco central poderia adiar por anos a elevação das taxas ou a alteração de sua orientação de política monetária menos dura com a inflação (Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

O Japão interveio no mercado de câmbio nesta quinta-feira comprando ienes pela primeira vez desde 1998, na tentativa de fortalecer a moeda depois que o Banco do Japão manteve taxas de juros ultrabaixas.

A medida fez com que o dólar caísse mais de 2%, para cerca de 141,15 ienes, depois de ser negociado em alta de mais de 1% mais cedo com a decisão do Banco do Japão (BOJ) de manter sua política monetária super frouxa, contrariando uma maré global de aperto monetário pelos bancos centrais que lutam para conter a inflação crescente.

“Tomamos medidas decisivas (no mercado de câmbio)”, disse o vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais, Masato Kanda, a repórteres, respondendo afirmativamente quando perguntado se isso significava intervenção.

Os analistas, no entanto, duvidam que a medida detenha a queda prolongada do iene por muito tempo. A moeda desvalorizou quase 20% este ano, caindo para os menores patamares em 24 anos, em grande parte porque os aumentos agressivos das taxas de juros nos EUA empurram o dólar para cima.

“O mercado esperava alguma intervenção em algum momento, dadas as crescentes intervenções verbais que ouvimos nas últimas semanas”, disse Stuart Cole, macroeconomista chefe da Equiti Capital em Londres.

“Mas as intervenções cambiais raramente são bem-sucedidas minha expectativa é que o movimento de hoje forneça apenas um alívio temporário (para o iene).”

A confirmação da intervenção veio horas após decisão do BOJ de manter as taxas de juros baixas para apoiar a frágil recuperação econômica do país.

O presidente do BOJ, Haruhiko Kuroda, disse a repórteres que o banco central poderia adiar por anos a elevação das taxas ou a alteração de sua orientação de política monetária menos dura com a inflação.

“Não há absolutamente nenhuma mudança em nossa postura de manter uma política monetária frouxa por enquanto. Não vamos aumentar as taxas de juros por algum tempo”, disse Kuroda após a decisão.

A decisão do BOJ veio depois que o Federal Reserve dos EUA entregou seu terceiro aumento consecutivo de 75 pontos base na quarta-feira e sinalizou mais altas à frente, ressaltando sua determinação de não ceder em sua batalha contra a inflação e dar um novo impulso ao dólar.

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