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JBS (JBSS3): Ações disparam 18% após acordo por dupla listagem; saiba quais os próximos passos, segundo analistas

18 mar 2025, 11:18 - atualizado em 18 mar 2025, 18:04
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As ações da JBS (JBSS3) lideram as altas do Ibovespa nesta terça (18), após acordo da J&F com o BNDES destravar operação por dupla listagem. (Foto: Divulgação)

A JBS (JBSS3) deu mais um passo rumo a dupla listagem almejada pela empresa. Após acordo de sua acionista controladora J&F Investimentos, com o BNDES, os obstáculos para a concretização do processo se tornaram menores, de acordo com analistas.

Com as expectativas em alta, as ações da JBS dispararam na bolsa nesta terça-feira (18), subindo mais de 18%, sendo a maior alta do Ibovespa (IBOV).



Apesar da empolgação do mercado, a operação ainda depende de duas aprovações fundamentais: a da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos); e a dos acionistas minoritários via assembleia geral extraordinária (AGE).

O JP Morgan acredita que a incerteza como o BNDES poderia votar na AGE foi a principal razão do atraso na listagem da JBS em Nova York. Com o maior sócio minoritário fora da votação, o JP Morgan não vê grandes problemas para a aprovação.

O BNDESpar, braço de participações societárias do BNDES, possui 20,8% do capital da JBS e poderia votar contra a movimentação, mas o acordo anunciado ontem retira o banco público da AGE que decidirá sobre o assunto.

Vale lembrar que em 2016, o banco público vetou uma reorganização corporativa da JBS que poderia transferir a empresa para a Irlanda do Norte, com a justificativa de evitar a “desnacionalização”.

Para o JP Morgan, a dupla listagem deve aumentar significativamente a avaliação de mercado da JBS, aumentando seu alinhamento com concorrentes como a Tyson Foods. Ainda, a eventual inclusão nos principais índices de ações dos EUA podem aumentar ainda mais sua presença no mercado.

Os analistas citam algumas dúvidas sobre o acordo, como se o valor pago pela J&F ao BNDES aumenta linearmente para os R$ 500 milhões, ou qual é o nível de valorização esperado, que não foi especificado no anúncio da empresa.

No entanto, o banco vê a notícia repercutindo positivamente para a empresa, pois garante a remoção de um grande obstáculo para a internacionalização de capital. O JP Morgan acredita em uma boa reação das ações, além de esperar que a notícia traga mais fluxos estrangeiros.

Genial vê JBS transferindo ações primárias para NYSE

Segundo a Genial Investimentos, a empresa pretende transferir sua listagem principal para a NYSE (New York Stock Exchange), mantendo apenas BDRs na B3 para aumentar a liquidez e atrair investidores globais.

Os analistas da Genial destacam que o BNDES pode estar sendo pressionado a vender parte de sua posição na JBS, uma vez que a SEC poderia facilitar a aprovação da listagem nos EUA caso a concentração de capital diminua.

Portanto, a corretora acredita que o valor pago pela J&F ao BNDES pode atuar como uma garantia de retorno diante da incerteza sobre a valorização futura, além de exercer um prêmio para cobrir o custo de oportunidade do BNDES em ter que se desfazer das ações.

A respeito das ações, os analistas destacam que o potencial de reprecificação com a listagem na NYSE torna o valuation atrativo. Sendo assim, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 42,50, um potencial de valorização de 29,7% ante o último fechamento.

BTG, Bradesco BBI e XP também esperam boa reação à notícia

Analistas do BTG Pactual também comentaram o acordo, visto como uma relevante redução de risco. O banco destaca que mesmo sendo uma empresa maior e mais diversificada que seus pares globais, a JBS sempre foi negociada em valores mais baixos.

O BTG acredita que a listagem poderia ajudar a reduzir esse desconto ao transferir a sede da JBS para os EUA, mitigando alguns dos riscos de governança corporativa associados ao Brasil, além de ampliar sua base de investidores e reduzir ineficiências de precificação.

O banco considera a empresa a única recomendação de compra no setor de alimentos, com preço-alvo de R$ 48, um potencial de valorização de 46%.

Em relatório divulgado pela Ágora Investimentos, em parceria com o Bradesco BBI, analistas destacaram a redução do risco de uma pressão vendedora sobre as ações, já que o BNDES deve manter sua participação na empresa, pelo menos até que os múltiplos sejam reavaliados.

A XP Investimentos também viu o anúncio como positivo. No entanto, mostrou certa preocupação com a duração do acordo, considerado longo, levantando suspeitas de que a JBS não está tão otimista sobre a execução da listagem nos EUA em um futuro próximo.

Ao contrário do Bradesco BBI, a XP não acredita que o acordo elimine a pressão de uma possível venda de participação do BNDES na empresa. A corretora não espera uma venda nos preços atuais, mas ainda vê potencial para desinvestimento do banco público.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
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