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JBS (JBSS3): Após ‘fundo do poço’, dividendos podem secar em ano de ‘vacas magras’? Veja a resposta do BTG

07 jun 2023, 16:43 - atualizado em 09 jun 2023, 11:09
JBS
Em função dos impactos dos ciclos negativos de proteína nas margens de curto prazo, o BTG acredita que a empresa pode ultrapassar seus limites de alavancagem (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo)

Nesta terça-feira (6), o BTG Pactual realizou uma reunião com a administração da JBS (JBSS3), que trouxe algumas perspectivas quanto aos principais indicadores da companhia.

De acordo com o banco, as restrições para JBS incluem algumas unidades da empresa, o ciclo de commodities, prioridades de alocação de capital e listagem nos Estados Unidos.

Veja os principais pontos a seguir:

Dividendos vão secar?

Em 2019, a JBS adotou uma política de gestão de liquidez, que buscava manter a alavancagem da empresa entre 2-3x, com limite máximo de 4,25x. Caso o índice supere os 3,75x, a empresa não pagará dividendos extraordinários.

Com isso, em função dos impactos dos ciclos negativos de proteína nas margens de curto prazo, o BTG acredita que a empresa pode ultrapassar seus limites de alavancagem ainda em 2023, o que pode afetar o pagamento de dividendos.

Isso não representa, porém, uma preocupação de liquidez ou mesmo muito de balanço, “especialmente considerando os esforços de gestão de passivos empreendidos nos últimos anos”.

“Em última análise, o ponto de equilíbrio do fluxo de caixa de US$ 3 bilhões parece estar ao alcance, mesmo em um ciclo de baixa. Também acreditamos que a diversificação da JBS deve começar a dar frutos em breve”, prevê.

Para o BTG, a disciplina na alocação de capital da empresa deverá fazer com que as ambições de crescimento sejam colocadas em segundo plano.

Balanço do BTG para JBS

Na visão do BTG, os resultados da companhia devem se recuperar em quase todos lugares, após chegarem ao “fundo do poço” no 1T23.

Segundo o banco, não há fatores que possam fazer com que as margens consolidadas da JBS retomem os patamares históricos, o que deve limitar o avanço das ações por enquanto.

Com isso, o BTG não só vê a JBS ostentando um forte balanço para navegar bem neste ambiente, como a simples normalização de margens em certas divisões para 2024 devem se traduzir em um rendimento de FCF (Fluxo de Caixa Livre) acima de dois dígitos e resultar em jogo de transição convincente.

O banco acredita que os resultados recentes do 1T23 não refletem o poder de lucro da JBS.

“Os ciclos de proteína recuaram em praticamente todos os lugares, e nem mesmo a diversificação da empresa produziu resultados esperados”, destacam.

 

 

Recuperação por unidades

Para a US Beef, unidade da JBS nos Estados Unidos, o BTG prevê uma desaceleração do ciclo em curso, o que deve manter as margens sob pressão para 2023 e 2024.

Já para a Pilgrim’s Pride Corporation (PPC) e Seara o BTG enxerga recuperação, mas a elevada oferta de aves dificulta a recuperação dos preços e impedido a superação das margens, enquanto o impacto dos custos mais baixos dos grãos deve ser ainda mais forte no segundo semestre de 2023. 

Quanto à US Pork (unidade de porcos) o banco projeta uma demora na recuperação devido ao excesso de oferta de animais que segue prejudicando as operações verticalizadas da JBS no país, ainda que existam anúncios que alguns concorrentes possam racionalizar o fornecimento.

Por fim, a JBS Brasil e Austrália devem se beneficiar da melhora na oferta de gado, bem como da menor presença dos Estados Unidos nos mercados globais.

O BTG recomenda compra para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 35 e potencial de alta de 97%.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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